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Bolsa de Moscou registra alta de 28,7% e pregão é suspenso
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Pela segunda vez na semana,
a Bolsa de Moscou teve as atividades interrompidas. Mas, ontem, foi a valorização repentina
que fez parar o pregão, que fechou a 28,7%. Reflexo da ajuda
bilionária prometida pelo governo russo, mas sobretudo da
megaintervenção anunciada
pelos EUA. A tormenta econômica russa ainda ganhou contornos políticos, com a troca de
farpas entre autoridades locais
e americanas.
Em apenas 35 minutos, o índice Micex disparou a 18%, forçando a interrupção. Pouco depois, o pregão foi reaberto e a
Bolsa seguiu se valorizando, até
fechar em 28,7%. Entre as
ações que mais subiram, estavam as do banco Sberbank, justamente uma das instituições
socorridas pelo banco central
russo na quarta-feira com US$
44,9 bilhões.
Na Rússia, a crise saltou à política. O país ocupou recentemente o território da Geórgia,
provocando a Europa e os EUA.
De acordo com o premiê (e líder de fato) Vladimir Putin, há
uma tentativa de outras nações
de "empurrar a Rússia de volta
aos tempos da Guerra Fria", referência ao ataque de Condoleezza Rice.
Na quinta-feira, a secretária
de Estado americana disse que
a Rússia estaria no caminho do
"isolamento" e da "irrelevância". Os opositores de Putin,
com posição pró-ocidente,
também tem feito a temperatura política esquentar, o que pode valer a cabeça do ministro
das Finanças, Alexei Kudrin.
Putin disse ontem que o país
tem reservas suficientes para
proteger seu sistema financeiro e garantir o rublo. No mesmo
dia, o governo anunciou um pacote preventivo de US$ 100 bilhões, para garantir a liquidez
do mercado. Mas a recuperação
do Micex é em grande parte reflexo das medidas tomadas em
Washington, coordenadas pelo
Federal Reserve com apoio do
Congresso.
"Estamos nos levantando
graças à recuperação nos mercados mundiais", admitiu Alexander Razuvaev, analista do
banco Sobin. A instabilidade
política já tirou US$ 36 bilhões
do país no último mês. A queda
nas commodities foi um outro
tranco. Entre as economias
emergentes, a Rússia é a mais
estremecida com a tormenta de
Wall Street.
Lembrança de 1998
A instabilidade da Bolsa de
Moscou faz os russos temerem
uma volta à situação de 1998,
quando o país sofreu uma drástica fuga de dólares, afetando
diretamente os pequenos investidores, que correram aos
bancos para salvar suas economias. Desde então, as autoridades financeiras estabeleceram
uma espécie de seguro para os
pequenos poupadores.
As quedas desta semana foram as maiores desde 1998. A
despeito da instabilidade política, a situação atual é mais promissora. As reservas do país são
a terceira maior do mundo.
Com agências internacionais
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