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Olarias serão inundadas, mas dono de bar espera lucro maior
DO ENVIADO ESPECIAL AO PARÁ
As olarias da região de Belo
Monte, que produzem cerca de
30 mil tijolos por dia, vão ser
inundadas. Para centenas de
trabalhadores que dependem
da atividade econômica, o futuro é incerto.
"Ninguém explica onde é que
vamos ficar. Onde é que vamos
ter outra reserva de argila para
os tijolos, onde é que eu vou ganhar a vida?", afirma Claucimar Nogueira Félix, 37, há 16
anos trabalhando como oleiro.
Também oleiro, Miguel dos
Santos, 51, morador de uma das
áreas mais carentes da periferia
de Altamira, no Pará, prevê dias
melhores com o início das
obras da usina.
A olaria, em que trabalha de
dia, vai desaparecer com o início das obras. Mas o megaempreendimento hidrelétrico deve dar novo impulso à atividade
noturna de Santos, um pequeno bordel chamado Bar Drink's
e Dormitórios.
A estrutura é precária. Duas
mesas encardidas, um balcão
de alvenaria e uma passagem
para os "dormitórios" tampada
com uma cortina. "Com Belo
Monte meu negócio vai ser esse, e não a olaria", diz Santos,
que espera, com o fluxo de 100
mil pessoas atraídas pelas
obras, que não faltem clientes.
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