São Paulo, domingo, 20 de setembro de 2009

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Olarias serão inundadas, mas dono de bar espera lucro maior

DO ENVIADO ESPECIAL AO PARÁ

As olarias da região de Belo Monte, que produzem cerca de 30 mil tijolos por dia, vão ser inundadas. Para centenas de trabalhadores que dependem da atividade econômica, o futuro é incerto.
"Ninguém explica onde é que vamos ficar. Onde é que vamos ter outra reserva de argila para os tijolos, onde é que eu vou ganhar a vida?", afirma Claucimar Nogueira Félix, 37, há 16 anos trabalhando como oleiro.
Também oleiro, Miguel dos Santos, 51, morador de uma das áreas mais carentes da periferia de Altamira, no Pará, prevê dias melhores com o início das obras da usina.
A olaria, em que trabalha de dia, vai desaparecer com o início das obras. Mas o megaempreendimento hidrelétrico deve dar novo impulso à atividade noturna de Santos, um pequeno bordel chamado Bar Drink's e Dormitórios.
A estrutura é precária. Duas mesas encardidas, um balcão de alvenaria e uma passagem para os "dormitórios" tampada com uma cortina. "Com Belo Monte meu negócio vai ser esse, e não a olaria", diz Santos, que espera, com o fluxo de 100 mil pessoas atraídas pelas obras, que não faltem clientes.


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