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PAPÉIS AVULSOS
Reação da celulose ainda não puxa Aracruz
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
Embora muito se fale da recuperação dos preços internacionais da
celulose, os analistas ainda estão
muito cautelosos quando tratam
dos papéis da Aracruz, líder brasileira do setor e a maior do mundo
em celulose de eucalipto.
A maioria das recomendações
elaboradas pelos bancos de investimento é para manter as ações em
carteira.
Ou seja, não é hora de comprar,
mas também não se deve vender.
Todos esperam uma alta mais consistente dos preços da celulose
apenas a partir de 98.
"A ação já embute a alta do preço da celulose ocorrida até o momento. E trabalhamos com perspectiva de queda do preço do produto nos próximos seis meses",
avalia Thomas Mello Souza, analista da Merrill Lynch.
Para Vasco Barcellos, analista do
Banco FonteCindam, a ação está
até acima do seu 'preço justo', levando-se em conta o preço atual
da celulose.
Depois de chegar a cerca de US$
400 por tonelada no auge da depressão em 1996, a celulose hoje
está custando cerca de US$ 580.
Ainda assim, o preço está abaixo
da média histórica que, segundo
Barcellos, é de US$ 650 a tonelada.
A seu favor, a Aracruz tem um
dos custos de produção mais baixos do mundo no setor, em torno
de US$ 300 por tonelada.
De outro lado, um dos principais
alvos de críticas dos analistas é a
concentração da empresa em um
único produto: 100% do seu faturamento vem da venda de celulose.
"Isso é negativo porque hoje a
empresa está totalmente exposta
ao preço de uma commodity", diz
Rony Stefano, analista do Deutsche Morgan Grenfell.
A empresa já está dando os primeiros passos, embora tímidos,
para sair dessa superexposição ao
preço extremamente volátil da celulose. Está construindo uma serraria em associação com uma empresa norte-americana.
Alguns analistas acreditam que
outras ações do setor podem dar
mais alegrias ao investidor, pelo
menos em um prazo mais curto.
"O valor de mercado da Aracruz
representa hoje 137% do seu patrimônio líquido, enquanto Suzano
tem um índice de 46% e Votorantim, 62%", diz Souza.
"As ações da Aracruz sempre foram negociadas com ágio sobre as
demais", discorda o analista do
Banco Patrimônio, Pedro Martins.
O Patrimônio, associado ao Salomon Brothers, é uma exceção:
aconselha a compra de Aracruz.
O banco estima que nos próximos três anos a oferta de celulose
crescerá menos que a demanda, o
que levará a um novo pico de preços no ano 2000.
"Acredito que em 99 os investidores estarão pagando R$ 3,10 por
ação da Aracruz", prevê Martins.
Na última sexta-feira, Aracruz
PNB fechou a R$ 2,28 na Bovespa.
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