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São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2003

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Paraná proíbe os transgênicos

DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Na última terça-feira, a Assembléia Legislativa do Paraná aprovou projeto, com apoio do governador Roberto Requião (PMDB), proibindo plantio, manipulação, comercialização e industrialização de transgênicos no Estado.
A aprovação agradou ambientalistas e rendeu elogios do governador aos deputados de sua base aliada. Mas essa euforia toda mostra a distância entre o Brasil oficial e o real. Números da Abrasem (Associação Brasileira dos Produtores de Sementes) mostram que o Paraná deverá plantar mais soja transgênica neste ano do que na safra passada.
De acordo com a entidade dos produtores de sementes, a soja transgênica vai crescer de 15% para entre 25% a 30% da safra paranaense. Em Pranchita (sudoeste do PR), por exemplo, o agricultor Valmir Dal Bó, 45, estima que 70% dos 12 mil hectares em soja no município serão transgênicos. Sua estimativa é a mesma da prefeita de Pranchita, Iva Dal Bó (PMDB).
O deputado Elton Welter (PT), 34, que elaborou o projeto que proíbe os transgênicos no Paraná, disse acreditar que o Estado vai criar mecanismos de fiscalização, para impedir "a desobediência".
Welter disse que a proibição paranaense não se "confronta" com a medida provisória do governo federal, que liberou o plantio no país. Ele cita o artigo 4º da MP, que afirma que o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento poderá "excluir do regime dessa medida provisória os grãos em áreas ou regiões nos quais comprovadamente não se verificou a presença de organismo geneticamente modificado".
O chefe da Divisão de Sanidade Vegetal da Secretaria de Agricultura do Paraná, Carlos Alberto Salvador, 46, afirmou que o Paraná não produz soja geneticamente modificada. Informado pela reportagem de que existiam produtores plantando soja transgênica no Estado, Salvador a princípio duvidou. Depois disse que iria pedir às regionais da secretaria nos municípios de Francisco Beltrão e Pato Branco (sudoeste), "atenção para o problema".
Salvador admite que o Estado só faz fiscalização em lavouras após denúncias. Ele disse que a Secretaria da Agricultura faz fiscalização por amostragem junto aos produtores de sementes. E garantiu que soja contrabandeada do Paraguai e Argentina não entram no Estado. A Agência Folha verificou que a fronteira do sudoeste do Paraná com a Argentina fica sem nenhuma fiscalização a partir das 18h. (JM)


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