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Paraná proíbe os transgênicos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Na última terça-feira, a Assembléia Legislativa do Paraná aprovou projeto, com apoio do governador Roberto Requião (PMDB),
proibindo plantio, manipulação,
comercialização e industrialização de transgênicos no Estado.
A aprovação agradou ambientalistas e rendeu elogios do governador aos deputados de sua base
aliada. Mas essa euforia toda mostra a distância entre o Brasil oficial
e o real. Números da Abrasem
(Associação Brasileira dos Produtores de Sementes) mostram que
o Paraná deverá plantar mais soja
transgênica neste ano do que na
safra passada.
De acordo com a entidade dos
produtores de sementes, a soja
transgênica vai crescer de 15% para entre 25% a 30% da safra paranaense. Em Pranchita (sudoeste
do PR), por exemplo, o agricultor
Valmir Dal Bó, 45, estima que
70% dos 12 mil hectares em soja
no município serão transgênicos.
Sua estimativa é a mesma da prefeita de Pranchita, Iva Dal Bó
(PMDB).
O deputado Elton Welter (PT),
34, que elaborou o projeto que
proíbe os transgênicos no Paraná,
disse acreditar que o Estado vai
criar mecanismos de fiscalização,
para impedir "a desobediência".
Welter disse que a proibição paranaense não se "confronta" com
a medida provisória do governo
federal, que liberou o plantio no
país. Ele cita o artigo 4º da MP,
que afirma que o Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento poderá "excluir do regime
dessa medida provisória os grãos
em áreas ou regiões nos quais
comprovadamente não se verificou a presença de organismo geneticamente modificado".
O chefe da Divisão de Sanidade
Vegetal da Secretaria de Agricultura do Paraná, Carlos Alberto
Salvador, 46, afirmou que o Paraná não produz soja geneticamente modificada. Informado pela reportagem de que existiam produtores plantando soja transgênica
no Estado, Salvador a princípio
duvidou. Depois disse que iria pedir às regionais da secretaria nos
municípios de Francisco Beltrão e
Pato Branco (sudoeste), "atenção
para o problema".
Salvador admite que o Estado
só faz fiscalização em lavouras
após denúncias. Ele disse que a
Secretaria da Agricultura faz fiscalização por amostragem junto
aos produtores de sementes. E garantiu que soja contrabandeada
do Paraguai e Argentina não entram no Estado. A Agência Folha
verificou que a fronteira do sudoeste do Paraná com a Argentina fica sem nenhuma fiscalização
a partir das 18h.
(JM)
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