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SIDERURGIA
Alta nas exportações impediu recuo mais forte
Produção de aço cai com vendas internas em declínio neste ano
DA SUCURSAL DO RIO
Termômetro do nível de atividade da economia, a produção de
aço caiu 4,1% de janeiro a setembro deste ano em relação a igual
período de 2004. A queda só não
foi maior graças às exportações, já
que as vendas internas do produto recuaram 8,5% no período, segundo o IBS (Instituto Brasileiro
de Siderurgia).
As projeções do IBS para 2005
apontam para uma produção de
aço de 31,4 milhões de toneladas
de aço, com queda de 4,5% em relação a 2004, com a economia estava aquecida. Se confirmada, será a primeira retração desde 2002.
Em 2003, as exportações para a
China impulsionaram o setor,
apesar do fraco crescimento econômico e dos juros altos.
Para o presidente do IBS, Luiz
André Rico Vicente, a política
monetária restritiva, sem corte de
juros de setembro de 2004 a setembro de 2005, afetou o desempenho do setor neste ano.
Além disso, o IBS informou que
no começo deste ano a indústria
fez grandes estoques de aço prevendo um aumento do consumo
e temendo a alta das cotações.
Como a demanda não deslanchou, as empresas cortaram os
pedidos e partiram para usar estoques antigos. Os maiores clientes da siderurgia são as fábricas de
automóveis e eletrodomésticos.
Uma prova desse movimento
de queima de estoques é a queda
no terceiro trimestre deste ano,
quando a produção de aço recuou
9% e as vendas para o mercado
doméstico cederam 19%. Foi o
pior desempenho do setor desde
o 1º trimestre de 2003, quando o
país vivia os reflexos da crise pré-eleitoral de 2002.
Com a queda prevista neste ano,
o Brasil deve perder a 8ª posição
no ranking mundial dos maiores
produtores de aço para a Índia.
Para 2006, Rico Vicente se diz otimista e prevê alta da produção
por causa da queda dos juros.
Já as exportações de aço tiveram
queda de 1,6% em volume de janeiro a setembro. O IBS disse que
o recuo ocorreu porque no início
do ano deixou de atender pedidos
do exterior para suprir os clientes
locais, que estavam fazendo estoques. As exportações, de acordo
com o IBS, já voltaram a crescer e
devem fechar o ano no azul. Os
preços altos do aço, porém, garantiram um aumento de 29% no
valor das exportações.
Discriminação
O presidente do IBS reclamou
da "MP do Bem", que não foi votada pelo Congresso no começo
deste mês e perdeu a validade,
mas deve ser reeditada em breve
pelo governo.
Segundo Vicente, a medida
"discrimina" as empresas instaladas no país. Isso porque prevê a
desoneração fiscal de nova fábricas cuja produção seja destinada
prioritariamente às exportações.
Para ele, o benefício fiscal deveria ser dado a todo projeto de expansão de empresas já instaladas
que tivesse como objetivo a exportação."A "MP do Bem" é fortemente desigual", disse.
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