São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Mantega se reúne com economistas no Rio

Em sua campanha particular para a reeleição de Lula, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reúne-se hoje, em um restaurante, no Rio, com um grupo de 25 intelectuais para discutir propostas para o novo governo. A reunião acontece durante almoço, para que não seja caracterizada campanha política durante o horário de trabalho de Mantega.
O encontro contará com a presença principalmente de economistas e cientistas políticos e sociais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Entre eles, Aluízio Azevedo, reitor da universidade e um dos organizadores, Maria da Conceição Tavares, Antônio Barros de Castro, Fernando Cardin, José Luís Fiori, João Paulo de Almeida Magalhães e José Carlos de Assis.
O evento pode ser considerado simbólico. O grupo que irá se reunir com Mantega é um dos maiores defensores de uma política econômica desenvolvimentista, uma marca que Lula tem dito que pretende imprimir no segundo mandato, caso seja reeleito.
Durante esses quatro anos do primeiro mandato de Lula, a UFRJ, que é tradicionalmente um celeiro de intelectuais ligados ao PT, sempre se manifestou de forma crítica ao conservadorismo considerado excessivo da política monetária conduzida pelo Banco Central.
Apesar da ligação histórica com o PT, os economistas da UFRJ não tiveram grande influência sobre a política econômica, mesmo com alguns de seus professores, como Júlio Sérgio Gomes de Almeida e Antônio Barros de Castro, fazendo parte do governo.
Nos 20 últimos anos, a política econômica no país foi dominada principalmente por uma linha chamada neoliberal, que tem como sua principal fonte de inspiração a PUC do Rio, certamente uma das instituições que mais cedeu economistas para atuar na formulação da política econômica do país.
A UFRJ trava, no Rio, uma disputa histórica com a PUC. Os economistas da UFRJ acham que a atual política econômica foi a principal responsável pelo baixo crescimento do país, e, por isso, defendem uma atitude mais agressiva do governo na redução dos juros.
A linha de política econômica defendida por Mantega é também muito mais próxima da UFRJ do que da PUC. Antes de assumir a Fazenda, quando presidia o BNDES, ele chegou a fazer crítica ao economista ao diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Beviláquia, que veio da PUC do Rio e é apontado pelo mercado como o principal responsável pela política de juros altos.

Livro descreve trajetória de Mário Bhering
O livro "Mário Bhering -Memórias do Setor Elétrico Brasileiro" (Ed. Insight Comunicação), escrito por Alexandre Falcão, será lançado, terça, no Rio. Ele conta a trajetória de Bhering à frente da Eletrobrás, em 1975, quando o ministro de Minas e Energia, Shigeaki Ueki, ordenou a inclusão de oito usinas nucleares no programa de obras de energia elétrica.

CIGARRETE MASCULINA
A moda masculina para executivos está mudando. Pelo menos, nos EUA. O responsável é Thom Browne, estilista que criou o visual "boquinha chic": calças coladas, com a boca estreita, e curtas. O modelo pode ser acompanhado de um paletó também curto. Há ainda a versão black-tie, usada pelo próprio estilista, que, para completar, não usa meias -mostra os tornozelos e cerca de 3 cm de perna. Segundo o "New York Times", a moda foi incorporada por altos gestores como o presidente da Estée Lauder, John Demsey, e o banqueiro nova-iorquino Euan Rellie.

À VENDA
O escritório Pinheiro Neto foi contratado para dar a assessoria legal à venda da Telemig Celular e da Amazônia Celular. As empresas começaram a preparar o conjunto de informações necessárias para os potenciais compradores -Vivo, Claro e Oi. As empresas são avaliadas em R$ 3 bilhões.

APOIO DE PESO
Empresários paulistas vão mostrar apoio a Geraldo Alckmin em almoço, na próxima segunda, no Clube Pinheiros em São Paulo. Batizado de "Brasil Decente", o evento deve reunir Paulo Velloso (Melhoramentos), Pedro Eberhardt (Arteb), Paulo Setúbal (Duratex), Claudio Vaz (Ciesp), Carlos Tilkian (Estrela), Olavo Setúbal Filho (Itaú Seguros) e Fábio Barbosa (Banco Real).
GUERRA DAS TELES
Os rumores são fortes no mercado. A Telefônica estaria negociando a compra da TVA por R$ 200 milhões. A tele nega a operação. As informações que circulam são que a empresa prevê uma fusão entre a Telemar e a Brasil Telecom e estaria se preparando para uma nova guerra das teles.

MUDANÇA
Conrado Engel, diretor-executivo de varejo bancário do HSBC Bank Brasil desde agosto de 2004, assume em janeiro, em Hong Kong, o mesmo cargo no The Hongkong and Shanghai Banking Corporation. O banco deu origem, em 1865, ao grupo HSBC e, no ano passado, foi responsável por 21,5% do lucro bruto mundial de US$ 21 bilhões da instituição financeira britânica.

MESA PARA DOIS
Um encontro inusitado aconteceu ontem, no restaurante La Tambouille, de São Paulo, que costuma reunir a nata empresarial e política paulista. Na mesma mesa, conversavam alegremente os deputados federais Luiza Erundina (PSB-SP) e Clodovil Hernandez (PTC-SP).


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