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Ministro pressiona por contribuição obrigatória
Carlos Lupi e centrais se reunirão com senadores para pedir retirada de emenda
Projeto de lei torna opcional o imposto sindical; ministro
afirma que medida é tentativa de acabar com o sindicalismo
"DO AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e representantes das
centrais se reúnem na semana
que vem com senadores para
pedir que a emenda que torna
opcional a contribuição sindical seja retirada do projeto de
lei que reconhece as entidades,
aprovado nesta semana na Câmara. O titular da pasta disse
ontem que a inclusão da emenda é uma tentativa de acabar
com o sindicalismo brasileiro.
"Colocar ônus para a sobrevivência das centrais é um crime", afirmou. Para o ministro e
para as centrais, a emenda criará uma desigualdade de forças
entre as organizações de trabalhadores e as patronais, que
anualmente recebem R$ 12 bilhões da contribuição sindical
obrigatória das empresas.
O deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), autor da emenda, nega que tenha agido em interesse dos patrões. "O fim da
contribuição obrigatória coroa
uma luta pelo desatrelamento
dos sindicatos do Estado", disse
Carvalho. O deputado afirmou
ainda que entregou ontem ao
plenário um projeto de lei que
extingue a obrigatoriedade da
contribuição também para empregadores e autônomos.
Para Magnus Ribas Apostólico, superintendente de relações de trabalho da Federação
Brasileira de Bancos, a decisão
quanto ao pagamento ou não
da contribuição deveria ser feita na votação da convenção coletiva de cada categoria.
O presidente do conselho de
relações de trabalho da Confederação Nacional da Indústria,
Dagoberto Lima Godoy, é contra a obrigatoriedade das contribuições dos trabalhadores e
das empresas e vê lógica na
emenda. "Para serem legítimos, os sindicatos têm de ser
representativos, e não há sinal
maior de representatividade do
que o número de afiliados que
um sindicato tem."
O imposto sindical é cobrado
de forma compulsória desde a
Era Vargas, e os empregados
pagam o equivalente a um dia
de trabalho por ano. Para ser facultativo, o projeto de lei precisa ser aprovado no Senado e
sancionado pelo presidente.
Os sindicatos de trabalhadores podem perder receita de até
R$ 754 milhões por ano se o imposto deixar de ser compulsório. Sem os recursos, sindicalistas e centrais estimam que 70%
dos cerca de 15 mil sindicatos
que existem no país perderiam
a capacidade de se articular.
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