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Aumenta renda disponível para compras
Pesquisa aponta que sobra para despesa extra do consumidor é de 17,8% do salário neste final de ano, contra 12,6% em 2006
Eletroeletrônicos e celulares estão entre itens preferidos; 38,8% dos entrevistados não pretendem comprar bens duráveis neste trimestre
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
A disponibilidade de renda
dos consumidores no último
trimestre do ano é a maior em
quatro anos, segundo pesquisa
do Provar (Programa de Administração do Varejo), da USP,
na cidade de São Paulo. Após os
gastos com alimentação, habitação, vestuário, transporte,
saúde, educação e lazer, deve
sobrar 17,8% da renda para outras despesas, contra 12,6% em
igual período do ano passado,
9,4% em 2005 e 9,7% em 2004.
Esse aumento se deve às condições econômicas favoráveis,
com facilidades de acesso ao
crédito, juros em queda, alongamento do prazo de pagamento, ganho real do rendimento e
depreciação do dólar diante do
real, barateando importados.
Pela primeira vez, a pesquisa
contabilizou também quanto
da renda para outras despesas
já está comprometido, apontando que 7,3 pontos percentuais dos 17,8% serão direcionados para o pagamento de dívidas parceladas feitas em meses anteriores.
No terceiro trimestre do ano,
a disponibilidade de renda chegava a 16,4%, e o aumento se explica pelo acréscimo do 13º salário, com as duas parcelas em
novembro e em dezembro.
Carteira fechada
O cenário econômico também explica por que houve
queda no indicador de consumidores que não pretendem
comprar bens duráveis neste
trimestre. De acordo com a
pesquisa, apenas 38,8% não
pretendem abrir as carteiras,
contra 63,2% no mesmo período do ano passado e 43,8% no
período de julho a setembro.
Claudio Felisoni, coordenador-geral do Provar, arrisca uma explicação para a queda. "No final
de 2006, havia um comprometimento maior da renda e um
risco mais elevado de inadimplência, o que reduziu as expectativas de consumo", opina.
Na lista de objetos cobiçados
para este trimestre, o celular é o
artigo mais citado, por 11,8%
dos entrevistados. Em seguida,
aparece a linha branca (geladeira, fogão, máquina de lavar),
com 10,2% dos pesquisados dizendo que querem um desses
produtos. Nos dois casos, houve aumento da intenção de gastos com os artigos na comparação com o quarto trimestre do
ano passado.
Categorias como eletroeletrônicos e informática, embora
com alta na intenção de compra, apresentaram recuo no valor que deve ser gasto por causa
do dólar. O segmento de material de construção foi o único
que teve queda na intenção de
compra e de gasto, mas o estudo considera apenas as vendas
feitas para a pessoa física.
Na opinião do consultor especializado em varejo Marcos
Gouvêa de Souza, ainda há
muito espaço para demandas
não atendidas.
Apesar disso, acrescenta, as
vendas devem ter uma expansão menor neste final de ano,
porque a base de comparação,
em 2006, já era alta.
O comércio varejista registrou crescimento pelo oitavo
mês seguido em agosto, de
acordo com a pesquisa do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada
nesta semana. No confronto
com igual período anterior,
houve um aumento de 11% na
receita nominal no acumulado
do ano e de 9,7% no volume de
vendas. Considerando os últimos 12 meses, a expansão é um
pouco menor em faturamento
(9,9%) e em volume (9%).
Internet
No comércio eletrônico, levantamento do Provar e da e-bit, empresa que acompanha o
segmento, apontou o percentual de consumidores on-line
que pesquisam nas lojas antes
de adquirir o item pelo site.
Na linha branca, 77,8% têm
esse hábito, contra 70,7% em
celulares e 69,9% em eletroeletrônicos. "Toda vez que o consumidor tem certeza do que vai
receber, tende a migrar para as
compras pela internet", afirma
Claudio Felisoni. De acordo
com Pedro Guasti, diretor-geral da e-bit, mais de 80% das
vendas pela rede são pagas com
cartão de crédito.
No varejo tradicional, a pesquisa do Provar apontou que
72,7% dos consumidores vão financiar automóveis, 60,8%,
itens da linha branca, e 52,3%,
eletroeletrônicos.
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