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Novos dados dos EUA vão ditar humor nos mercados
Investidor também aguarda discurso de Ben Bernanke
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro terá
uma agenda de indicadores
econômicos bem menos intensa para digerir nos próximos
dias. Mas, como os ânimos estão muito sensíveis, qualquer
dado econômico que desagrade
aos analistas e aos investidores
pode prejudicar o desempenho
dos mercados.
A semana começa com mais
um discurso de Ben Bernanke,
presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano). Além disso, haverá as divulgações dos dados econômicos conhecidos como indicadores antecedentes nos EUA.
Na terça, o índice de atividade medido pelo Fed regional de
Chicago aparece como o único
evento de destaque.
No dia seguinte, haverá os
dados de solicitações de empréstimos hipotecários feitos
pelos americanos e registrados
até sexta passada.
"Na semana teremos poucos
indicadores relevantes, entre
os quais podemos destacar os
dados de imóveis nos EUA como mais importantes. O nervosismo dos investidores deve
continuar trazendo bastante
volatilidade às Bolsas", afirma
Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
A agenda norte-americana
ainda trará os novos pedidos de
seguro-desemprego, que vão
ser apresentados na quinta, e as
vendas de imóveis novos, divulgados na sexta-feira. Uma queda mais forte nas solicitações
de seguro-desemprego pode
ter uma recepção bem negativa
do mercado, por ser mais um
indicador de que a maior economia do mundo caminha para
a temida recessão.
"Em relação a indicadores, a
semana reserva alguns índices
de inflação no plano interno
que podem ajudar a projetar os
próximos movimentos dos juros e o reflexo do impacto cambial sobre nossa economia real.
Mas, sem dúvida, é o front externo que tem ditado o tom do
nosso mercado. Nesse sentido a
semana que se inicia na segunda [hoje] nos parece fraca em
termos de indicadores", afirma
Rossano Oltramari, sócio-diretor da XP Investimentos.
Inflação e juros
No Brasil, a agenda é fraca,
concentrando-se em prévias de
índices de inflação.
Porém, como os juros começaram a ser reduzidos nas principais economias do mundo,
não se sabe ao certo quais serão
os próximos passos que o Banco Central irá dar na condução
da política monetária do país. E
o desempenho da inflação é
fundamental para o mercado
tentar antever esses passos.
O mais relevante desses indicadores de inflação que serão
divulgados é o IPCA-15. Como
o IPCA é o índice utilizado pelo
governo para monitorar a meta
de inflação, é importante que o
indicador fique comportado
para que o BC interrompa em
sua próxima reunião o processo de elevação da taxa básica de
juros da economia, a Selic.
O IPCA-15 vai ser divulgado
na quinta-feira. A expectativa é
que fique em 0,30%.
Outro indicador de preços
que vai sair é a 2ª prévia do
IGP-M, para a qual se espera
uma taxa de 0,67%. O indicador
de preços, que é medido pela
FGV (Fundação Getulio Vargas), vai ser divulgado hoje.
Na semana passada, foi conhecido o IGP-10, que subiu
0,78%. Em setembro, o índice
havia recuado 0,42%.
"A mudança de trajetória adveio do comportamento dos
preços agrícolas no atacado,
que apresentaram alta de
0,54%, com parte da pressão
originada em poucos produtos.
E o índice de preços no atacado,
que passou de queda de 0,75%
em setembro para alta de
0,98% em outubro, já começa a
mostrar os efeitos da alta do dólar", afirmou em relatório a
LCA Consultores.
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