São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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Novos dados dos EUA vão ditar humor nos mercados

Investidor também aguarda discurso de Ben Bernanke

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro terá uma agenda de indicadores econômicos bem menos intensa para digerir nos próximos dias. Mas, como os ânimos estão muito sensíveis, qualquer dado econômico que desagrade aos analistas e aos investidores pode prejudicar o desempenho dos mercados.
A semana começa com mais um discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano). Além disso, haverá as divulgações dos dados econômicos conhecidos como indicadores antecedentes nos EUA.
Na terça, o índice de atividade medido pelo Fed regional de Chicago aparece como o único evento de destaque.
No dia seguinte, haverá os dados de solicitações de empréstimos hipotecários feitos pelos americanos e registrados até sexta passada.
"Na semana teremos poucos indicadores relevantes, entre os quais podemos destacar os dados de imóveis nos EUA como mais importantes. O nervosismo dos investidores deve continuar trazendo bastante volatilidade às Bolsas", afirma Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
A agenda norte-americana ainda trará os novos pedidos de seguro-desemprego, que vão ser apresentados na quinta, e as vendas de imóveis novos, divulgados na sexta-feira. Uma queda mais forte nas solicitações de seguro-desemprego pode ter uma recepção bem negativa do mercado, por ser mais um indicador de que a maior economia do mundo caminha para a temida recessão.
"Em relação a indicadores, a semana reserva alguns índices de inflação no plano interno que podem ajudar a projetar os próximos movimentos dos juros e o reflexo do impacto cambial sobre nossa economia real. Mas, sem dúvida, é o front externo que tem ditado o tom do nosso mercado. Nesse sentido a semana que se inicia na segunda [hoje] nos parece fraca em termos de indicadores", afirma Rossano Oltramari, sócio-diretor da XP Investimentos.

Inflação e juros
No Brasil, a agenda é fraca, concentrando-se em prévias de índices de inflação.
Porém, como os juros começaram a ser reduzidos nas principais economias do mundo, não se sabe ao certo quais serão os próximos passos que o Banco Central irá dar na condução da política monetária do país. E o desempenho da inflação é fundamental para o mercado tentar antever esses passos.
O mais relevante desses indicadores de inflação que serão divulgados é o IPCA-15. Como o IPCA é o índice utilizado pelo governo para monitorar a meta de inflação, é importante que o indicador fique comportado para que o BC interrompa em sua próxima reunião o processo de elevação da taxa básica de juros da economia, a Selic.
O IPCA-15 vai ser divulgado na quinta-feira. A expectativa é que fique em 0,30%.
Outro indicador de preços que vai sair é a 2ª prévia do IGP-M, para a qual se espera uma taxa de 0,67%. O indicador de preços, que é medido pela FGV (Fundação Getulio Vargas), vai ser divulgado hoje.
Na semana passada, foi conhecido o IGP-10, que subiu 0,78%. Em setembro, o índice havia recuado 0,42%.
"A mudança de trajetória adveio do comportamento dos preços agrícolas no atacado, que apresentaram alta de 0,54%, com parte da pressão originada em poucos produtos. E o índice de preços no atacado, que passou de queda de 0,75% em setembro para alta de 0,98% em outubro, já começa a mostrar os efeitos da alta do dólar", afirmou em relatório a LCA Consultores.


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