|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Vamos rezar para juro não subir, diz Dirceu
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diante da expectativa de aumento dos juros hoje pelo Copom
(Comitê de Política Monetária do
Banco Central), o presidente do
PT, deputado José Dirceu (SP),
disse ontem: "Vamos torcer, rezar
e pedir que os juros não sejam aumentados".
Publicamente, esse vem sendo o
tom dos petistas. Reservadamente, membros da cúpula petista já
fizeram chegar ao BC a expectativa de que seja tomada a decisão
técnica necessária para conter a
inflação em 2003.
A inflação tem subido principalmente por conta da alta do dólar. Neste ano, o mercado estima
que o IPCA (índice considerado
para as metas de inflação) deva ficar acima de 9%, o limite fixado
no acordo com o FMI.
Segundo Dirceu, que insistiu
em que não falava em nome do
partido, "não há inflação de demanda, o dólar está caindo e as linhas de crédito internacional para as empresas brasileiras estão
voltando a ser abertas".
O presidente do PT disse que a
elevação dos juros básicos, que
hoje estão em 21% ao ano, aumentaria a recessão, dificultaria a
situação das empresas brasileiras
e agravaria o desemprego.
Ele declarou que um eventual
aumento de juros será "prejudicial" ao país porque faz crescer a
dívida pública, o que sempre ajuda a gerar um clima de incerteza
entre os investidores internacionais a respeito da capacidade do
Brasil de honrar seus compromissos externos.
"O risco-Brasil está caindo, o
dólar está caindo, e o PT vai fazer
o que for possível para os juros
não subirem", disse Dirceu. Ele
afirmou, porém, que a posição
oficial do partido cabia ao chefe
da equipe de transição, Antônio
Palocci Filho.
Os petistas têm evitado declarações mais veementes contra uma
eventual alta de juros, com a preocupação de não criar para Lula o
compromisso político de reduzir
rapidamente as taxas a partir de
janeiro -coisa que pode não ser
tecnicamente possível.
Das vozes autorizadas do partido, a de Palocci -nome mais forte até o momento para o comando da futura equipe econômica-
é a mais cautelosa. Questionado
ontem sobre que taxa considerava ideal para o início do governo
Lula, ele saiu pela tangente: "Será
mais fácil começar com a taxa
adequada".
Tarifas públicas
Indagado sobre a possibilidade
de o PT discutir com as empresas
privatizadas por FHC o preço das
tarifas públicas, algo que deverá
gerar pressão inflacionária no começo do novo governo, Dirceu
afirmou: "Vamos discutir sem sobressalto o tema das tarifa públicas. Temos de enfrentar essa
questão sem quebra de contrato".
Segundo Dirceu, o partido adotará uma atitude responsável ao
tratar do preço das tarifas públicas e que a eventual rediscussão
das taxas de reajuste será tratada
de "forma transparente".
Texto Anterior: Brasil de Lula lidera AL, prevê Wall Street Próximo Texto: Frases Índice
|