|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AVIAÇÃO
Fokker-100 será aposentado
Boeing inicia ofensiva para contrato da TAM
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A norte-americana Boeing,
maior indústria aeronáutica do
mundo, iniciou uma ofensiva no
Brasil para conseguir um contrato
de venda de cerca de 30 aviões para a TAM.
A decisão ocorre justamente no
momento em que a Varig, maior
cliente da Boeing na América Latina, enfrenta sérios problemas financeiros e tem reduzido sua frota. Atualmente, a Varig tem uma
frota de cem jatos Boeing, além de
15 Jet Class, aeronave fabricada
pela brasileira Embraer.
A TAM é um dos focos principais da Boeing na América Latina,
pois não possui nenhuma aeronave daquela indústria aeronáutica
e quer substituir até 2005 os seus
29 Fokker-100. Atualmente, a
companhia brasileira tem como
seu principal fornecedor de
aviões a indústria européia Airbus. Possui 49 aviões da empresa.
"Entregamos uma proposta para a TAM para substituir os Fokker-100, principalmente pelo nosso Boeing-717, de cem assentos.
Aguardamos uma resposta nos
próximos seis meses", afirmou
ontem John Wojick, vice-presidente para a América Latina e Caribe da companhia.
A TAM confirmou o recebimento da proposta da Boeing.
Disse, no entanto, que também a
Airbus e a brasileira Embraer participam da concorrência. A Embraer quer vender unidades do
modelo Embraer-195.
Mercado deve decolar
Apesar da atual crise vivida pela
aviação brasileira e pelas companhias aéreas em todo mundo,
Drew Magill, diretor de marketing para as Américas da Boeing,
disse estar otimista sobre os próximos anos.
"As viagens aéreas na América
Latina irão crescer a uma taxa
anual de 7,9% nos próximos 20
anos. É uma das maiores taxas
previstas para todas as regiões do
mundo", disse. Segundo Magill,
existe um mercado em forte crescimento na América Latina.
Para os Estados Unidos e Canadá, por exemplo, a Boeing prevê
um crescimento anual de 3,5%.
Para a Ásia, 6,2%.
A Boeing estima que 2.100 novos jatos deverão ser encomendados nos próximos 20 anos por
companhias aéreas da América
Latina e Caribe, no valor de US$
107 bilhões. "Muitas empresas
substituirão aviões mais antigos".
A Boeing afirmou ontem que
não pretende participar do projeto de injeção de recursos na empresa. "Já fizemos em dezembro
de 2001 uma renegociação da dívida da Varig conosco. Não vamos comprar ações da empresa",
afirmou Wojick. A Varig possui
atualmente uma dívida de cerca
de US$ 900 milhões.
Canadá contra Embraer
O governo canadense conseguiu suspender, pelo menos temporariamente, um negócio de cerca de US$ 600 milhões entre a
Embraer e a Lot, empresa estatal
de aviação polonesa.
No início do mês, o embaixador
brasileiro Marcelo Jardim viajou à
Polônia para pressionar o governo daquele país a fechar o negócio
com a Embraer. Levou uma carta
do presidente Fernando Henrique Cardoso, na qual lembra aos
poloneses as boas relações comerciais entre os dois países e a
importância do negócio para o
Brasil.
A Bombardier, empresa canadense concorrente da Embraer,
pediu que o governo canadense
interferisse a seu favor. A intervenção fez com que a Polônia reavaliasse a decisão da Lot de comprar 21 aviões da Embraer. A Polônia já comprou 15 aeronaves da
Embraer.
Colaborou André Soliani, da
Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Brasil Telecom fecha as portas para os italianos Próximo Texto: Investimento: Agências suspendem reservas de ação do BB Índice
|