|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INTEGRAÇÃO
Aécio diz que Legislativo deve usar o poder de ratificar ou vetar acordos comerciais negociados pelo Executivo
Congresso deve limitar negociação da Alca
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Congresso quer impor limites à liberdade do governo de negociar a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), segundo o
presidente da Câmara, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG).
O Legislativo pretende utilizar o
poder de ratificar ou vetar os
acordos comerciais negociados
pelo Executivo para influenciar os
rumos das negociações que criarão uma área de livre comércio
entre todos os países do continente americano, exceto Cuba.
"O Congresso brasileiro não vai
se conformar com o papel ratificador de um acordo que não participou", disse Aécio, após a abertura da primeira Cúpula Parlamentar de Integração Continental, que reúne presidentes das Casas Legislativas dos 35 países do
continente americano. Cuba, que
não participa das negociações da
Alca, está presente no evento.
Segundo o deputado federal
Marcos Cintra (PFL-SP), um dos
coordenadores da cúpula, a prerrogativa do Congresso de aprovar
ou rejeitar os acordos internacionais do país dá ao Legislativo o
poder de impor limites ao que é
negociado pelo Executivo.
"Quando o Parlamento participa do processo negociador, se ganha legitimidade. Se o governo
souber com clareza o interesse nacional, vai querer trazer o Congresso para perto das negociações, aceitar sugestões dos parlamentares e ver os limites da negociações", disse Cintra.
No seu discurso durante a abertura da Cúpula Parlamentar, o
presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), afirmou que o
Legislativo tem papel crucial nas
negociações, pois é "o porta-voz
legítimo dos anseios populares, a
voz soberana da sociedade".
O objetivo do encontro é discutir o papel do Legislativo nas negociações da Alca. Há um consenso de que um acordo comercial
sem a participação do Legislativo
não teria legitimidade, pois excluiria do debate setores importantes da sociedade. Novos encontros poderão ocorrer nos próximos anos.
Nos EUA, é o Congresso que autoriza o Executivo a negociar
acordos comerciais. Quando o
Legislativo aprova uma negociação comercial, estabelece limites
para os negociadores do governo.
Segundo Cintra, o Brasil não
precisa criar nenhum mecanismo
novo para que o Legislativo influencie as negociações. "O Congresso já tem os poderes necessários", disse o deputado, referindo-se à possibilidade dos parlamentares de vetar o acordo no final.
Para Cintra, as comissões do
Congresso envolvidas nas questões da Alca podem aprovar decisões sobre o que deve ser negociado e encaminhá-las ao governo.
Texto Anterior: Consumo: Rede vai concorrer com a indústria Próximo Texto: Integração não é o demônio, nem o céu, nem o purgatório, afirma FHC Índice
|