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Redução consecutiva já produz
economia para os consumidores
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A queda consecutiva na taxa de
juros que ocorre desde julho já gera certa economia para o consumidor. Uma análise a médio prazo mostra que, se há quatro meses
o cliente de banco pagava, em média, R$ 65,27 em juros pelo uso da
linha de cheque especial -no valor de R$ 1 mil- durante 20 dias,
ele desembolsa pela mesma linha
hoje pouco mais de R$ 58.
Essa redução no gasto ocorre
porque em julho o cliente de banco pagava uma taxa média de
9,79% ao mês pelo uso do cheque
especial. Com a redução na taxa
básica (Selic) desde então, o mercado financeiro passou a cobrar
um pouco menos pelos seus serviços e linhas de crédito.
Portanto, a taxa de juros no cheque especial passou de 9,79% em
julho para 8,83% em outubro e
atingiu mais de 8% em novembro, segundo os bancos.
Há outro exemplo: em julho o
comércio cobrava, em média, juros de 6,73% ao mês para a compra de um aparelho de som de R$
800, financiado em 12 vezes. Cada
parcela saía por R$ 99,28 na época. Desde julho, os juros ao consumidor caem.
Com a queda na taxa básica (Selic) anunciada ontem, o mesmo
aparelho de som vai custar menos
a prazo. Estima-se que o valor
médio da parcela fique agora em
R$ 95, segundo as lojas ouvidas
pela Folha ontem.
Os dados fazem parte de um levantamento da Anefac, a associação dos executivos de finanças,
que leva em conta uma estimativa
de taxas cobradas, em geral, nos
bancos e no comércio.
A mesma queda nas taxas ocorre nas operações de cartão de crédito, empréstimo pessoal, assim
como nas operações para pessoas
físicas. A Anefac alerta, no entanto, que as taxas de juros cobradas
ainda estão elevadas e a redução
nos gastos do consumidor, com
as recentes quedas, é tímida.
"Queríamos uma redução de
até dois pontos percentuais na Selic, fazendo-a cair para 17% ao
ano", afirma Oiram Corrêa, economista da Fecomercio.
Quando as empresas recorrem
ao mercado financeiro para buscar empréstimos, também é possível verificar uma ligeira redução
nos custos. Para obter capital de
giro, por exemplo, em julho as
empresas pagavam uma taxa de
4,57% ao mês. Em agosto, setembro e outubro, aconteceram reduções nessa taxa. Com a queda de
ontem, esses juros para obter capital de giro caem para pouco
mais de 4% agora.
Na avaliação de Miguel de Oliveira, presidente da Anefac, com a
redução na taxa Selic, que ocorre
há meses, os bancos passaram a
perder rentabilidade nas aplicações de títulos públicos -que seguem a variação da Selic. Para
manter a rentabilidade, as instituições tentarão manter os ganhos nas operações de crédito ao
consumidor e às empresas.
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