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CONTAS
Resultado foi conseguido graças à alta do dólar e à desaceleração da economia
Déficit externo é o menor desde 96
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pela primeira vez em mais de
sete anos, o déficit em transações
correntes -um dos principais indicadores da vulnerabilidade externa do país- ficou abaixo de
2% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo dados do Banco
Central. Nos últimos 12 meses, essa relação ficou em 1,98%, melhor
resultado desde junho de 1996.
A forte redução do déficit externo é consequência da disparada
do dólar, combinada à desaceleração da economia brasileira. Esses dois fatores, combinados, foram fundamentais para que a balança comercial atingisse, neste
ano, um superávit recorde.
A conta de transações correntes
é formada pela soma dos resultados da balança comercial (exportações menos importações), balança de serviços (gastos com juros e remessas de lucros para o exterior, entre outros) e transferências unilaterais (dinheiro enviado
para o país por residentes no exterior, e vice-versa).
Balança comercial
Entre janeiro e novembro, a balança comercial registrou um superávit de US$ 11,326 bilhões
-contra US$ 1,785 bilhão ocorrido no mesmo período do ano
passado. Essa melhora no resultado foi impulsionada pela alta do
dólar, que foi de 56,7% no mesmo
período.
Com o real mais fraco, os produtos brasileiros ficam mais baratos, em dólar, no exterior. Isso eleva as exportações. No sentido inverso, a valorização do dólar deixa os produtos importados muito
caros, e a procura por esses itens
diminui.
Entre janeiro e novembro, as
importações caíram 8,5% em relação ao mesmo período do ano
passado. As exportações cresceram 2,3%.
Expectativa
Para este ano, o BC espera um
superávit de US$ 12,5 bilhões para
a balança comercial, o melhor resultado do governo Fernando
Henrique Cardoso.
Isso faz com que o déficit em
transações correntes registre uma
forte queda. Em 2001, a proporção entre o déficit externo e o PIB
ultrapassou os 5%. Para o BC, essa
relação deve fechar o ano em
1,8%.
Quando um país apresenta déficit em transações correntes, é preciso obter dólares -por meio de
empréstimos ou de investimentos
externos- para cobrir esse desequilíbrio.
Por isso que esse indicador é tido como medida da vulnerabilidade externa: quanto maior o déficit, maior é a dependência dos
dólares trazidos ao país por investidores estrangeiros.
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