São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 2002

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Na contramão global, investimento direto no Brasil deve cair em 2003

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de dois anos de queda no volume de investimentos diretos estrangeiros (IDE) no mundo, 2003 deverá ser marcado pela retomada do fluxo global. Porém, na contramão, o Brasil deverá perder investimentos diretos.
A previsão é da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais), com dados da Unctad (braço da ONU para Comércio e Desenvolvimento).
Neste ano, o volume global de IDE deve ser de US$ 534 bilhões, valor 27% inferior ao de 2001, de US$ 735 bilhões. No ano passado, já havia sido registrada uma queda de 51% em relação ao recorde de US$ 1,49 trilhão de 2000.
Para 2003, a previsão da Sobeet é de que o IDE cresça no mundo 10%, uma taxa com base nas expectativas da economia dos EUA.
"Acreditamos que a crise americana esteja próxima do fim, e a sua recuperação puxará os investimentos", diz Antônio Corrêa de Lacerda, presidente da entidade.
Contudo, a Sobeet aponta para o Brasil um IDE 6% menor em 2003, dos US$ 16 bilhões previstos neste ano para US$ 15 bilhões.
Segundo Lacerda, o clima de incertezas criado pela sucessão presidencial, aliado à desvalorização do real e à alta da inflação, prejudicou a entrada de investimentos no segundo semestre deste ano.
Nos primeiros seis meses, o IDE no país foi de US$ 9,62 bilhões, queda de 2,8% em relação a igual período de 2001. Porém, no ano a diferença deve ser de 28,9%.
Ele diz ainda que "o início de 2003 estará contaminado pelo clima deste ano". (MARCELO SAKATE)


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