São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 2002

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ENERGIA

Segundo estudo da Eletrobrás, gasto médio mensal de luz nas residências baixou 22,5%, de 173 kWh para 134 kWh

Consumo pré-apagão só voltará em 2008

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O consumo de energia na classe residencial só voltará aos níveis pré-racionamento em 2008, segundo estudo da Eletrobrás. Nas regiões onde o racionamento foi mais intenso -Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste- a retomada só acontece em 2009.
Em 2000, antes do racionamento, que durou de junho de 2001 até fevereiro deste ano, cada consumidor residencial gastava em média 173 kWh por mês. Hoje, a média de consumo mensal é 22,5% menor -134 kWh por mês.
A redução se deve a hábitos de economia adquiridos quando havia punições para quem ultrapassasse as metas estipuladas.
O estudo adota como cenário mais provável o de crescimento da economia em taxas médias de 4,1% ao ano até 2007 e 5% até 2012. Nesse cenário, o consumo de energia cresceria a uma taxa média de 5,1% ao ano e seria preciso aumentar a capacidade de geração em 35 mil MW até 2012.

Termelétricas
Quatro usinas que estavam previstas no PPT (Programa Prioritário de Termeletricidade) não serão mais construídas. No total, deixarão de ser incorporados ao sistema 1.277 MW. O Ministério de Minas e Energia informou também que foi oficialmente cancelada uma importação de energia da Bolívia, de 88 MW.
Deixarão de ser construídas as usinas termelétricas Norte Capixaba (Shell, Petrobras e Intergem), Campo Grande (Enersul), Duke Pederneiras (Duke Energy) e Bongi (Chesf). A importação da Bolívia foi cancelada porque a Duke Energy desistiu de construir uma termelétrica naquele país.
Em abril deste ano o PPT contava com 40 termelétricas que, até o final de 2004, deveriam aumentar a capacidade de geração em até 13.637 MW. Hoje o plano tem 25 usinas -9 em operação, 5 em fase de testes e 11 em construção. A capacidade de aumento de geração caiu para cerca de 7.000 MW.
Para o ministério, a redução do PPT não irá afetar o abastecimento de energia, porque os cálculos já estão sendo feitos levando em conta a redução do programa.

Oferta
A redução do PPT não preocupa o governo porque, para os próximos anos, o cenário traçado pela Eletrobrás é de excesso de oferta. Com isso, a orientação para a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) é que retarde o processo de licitação de novas usinas ou que amplie os prazos para a entrada em funcionamento dos empreendimentos já licitados.
Limitando a oferta, o preço tende a subir. Com a subida do preço, os investimentos em geração ficam mais atrativos. Hoje, o custo da energia gerada por uma nova usina seria de US$ 33 por MW.


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