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Pequena empresa vê receita cair
Setor deve encerrar o ano com queda de 2,8% no faturamento, diz Sebrae-SP
Taxas de juros elevadas no início do ano, crise no setor agrícola e endividamento das famílias são as causas para o tombo em São Paulo
MARCELO SAKATE
DA REDAÇÃO
Apesar da recuperação nos
últimos meses, as micro e pequenas empresas do Estado de
São Paulo devem fechar o ano
com queda real no faturamento
de 2,8% em relação a 2005, segundo o Sebrae-SP (Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas). Até outubro, a perda era de 3%.
Será a primeira redução após
dois anos de expansão -a alta
fora de 1,9% em 2005. Para
2007, porém, a estimativa é a
de um crescimento de 2%.
As elevadas taxas de juro, especialmente no início do ano, a
crise na agropecuária, o endividamento das famílias e a concorrência com importados de
preços baixos foram apontados
pela entidade como os principais fatores para a queda.
"O primeiro semestre foi
muito ruim para as MPE [micro e pequenas empresas].
Houve um período de desaquecimento da economia que começou no trimestre final de
2005", diz Marco Aurélio Bedê,
coordenador do Observatório
das MPE do Sebrae-SP.
Segundo Bedê, os efeitos do
processo de corte na taxa básica de juros, iniciado em setembro de 2005, só começaram a
ser sentidos no final do primeiro semestre. Outro empecilho é
que a queda não foi totalmente
repassada a empresas e consumidores, diz o diretor da entidade, José Luiz Ricca.
Entre os setores mais prejudicados estão as MPE do comércio no interior paulista e as
de serviço da capital.
"A queda na remuneração do
agricultor, por conta da crise do
setor, gerou prejuízo na renda
que circula no interior. E impactou as MPE do comércio",
disse Bedê. De janeiro a outubro, a queda de tais empresas
nessa área geográfica ficou em
4,6%, ante um tombo de 4% no
comércio em todo o Estado.
Já as MPE de serviços na capital registraram faturamento
7,3% menor nos dez primeiros
meses do ano, ante uma redução de 3,9% no total do Estado.
A principal causa foi o endividamento da população com
bens de consumo duráveis
(produzidos por médias e grandes empresas), o que comprometeu os gastos das famílias
com lazer, por exemplo.
Na segunda metade do ano,
fatores como a melhora do rendimento do trabalhador, devido, por exemplo, ao período de
dissídios, e a redução dos juros
a níveis menores possibilitaram a recuperação das MPE.
É o que permitirá às empresas encerrar o ano com alta de
0,4% no pessoal ocupado e o
que explica a projeção positiva
para 2007, afirma Bedê.
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