São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

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Em 15 dias, cinco montadoras anunciam recall de 97 mil automóveis no país

VERENA FORNETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em cerca de 15 dias, cinco montadoras anunciaram recalls para corrigir possíveis problemas nos veículos produzidos. Citroën, Renault, General Motors, Volvo e Toyota convocaram os donos de 97 mil veículos para reparar defeitos que vão desde mau funcionamento do ar condicionado até alterações na pastilha de freio.
Apesar de reconhecer o maior empenho das montadoras para corrigir problemas, entidades de defesa do consumidor dizem que a comunicação do recall, geralmente, não é feita adequadamente.
Para a coordenadora institucional da Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), Maria Inês Dolci, nem sempre o consumidor entende o risco a que está submetido quando é informado sobre a necessidade do conserto.
"As comunicações têm sido malfeitas. É preciso dizer qual é o defeito do carro e o risco que representa. Se não, o consumidor pode pensar que não precisa levar o carro porque o defeito não é grave", diz Maria Inês.
O diretor de fiscalização do Procon-SP, Paulo Arthur Góes, afirma que a entidade abre processo administrativo quando há irregularidade no anúncio. Góes considera que as empresas devem criar mecanismos para convencer o cliente a procurar as concessionárias.
Nos últimos recalls da General Motors e da Volvo, as montadoras afirmam que cerca de 70% dos proprietários de veículos procuraram as empresas.
Especialistas dizem ser importante procurar uma concessionária em caso de recall porque defeitos que, à primeira vista, parecem não oferecer risco à vida do motorista podem, na verdade, causar perigo.
Um sistema de ar condicionado que não funcione bem, por exemplo, pode causar superaquecimento e fazer parar o motor do carro. Segundo Vitor Franchini, gerente de pós-venda da Volvo, esse não é o motivo do recall do modelo XC90, cujo sistema de climatização pode embaçar o vidro do motorista e prejudicar a visibilidade.
Quanto às causas do grande número de recalls anunciado recentemente, David Wong, vice-presidente da Kaiser Associados -consultoria de gestão e estratégia-, afirma que tanto as montadoras como os consumidores estão se habituando à necessidade de solucionar problemas nos carros.
Wong aponta ainda a diminuição do tempo entre o planejamento de um carro novo e seu lançamento no mercado como um dos fatores que podem fazer com que um veículo não passe por testes do mesmo modo que passavam há 15 anos. "O laboratório, em alguns casos, não consegue reproduzir 100% das vezes o uso que um carro tem nas ruas."


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