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Em 15 dias, cinco montadoras anunciam recall de 97 mil automóveis no país
VERENA FORNETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em cerca de 15 dias, cinco
montadoras anunciaram recalls para corrigir possíveis
problemas nos veículos produzidos. Citroën, Renault, General Motors, Volvo e Toyota convocaram os donos de 97 mil veículos para reparar defeitos que
vão desde mau funcionamento
do ar condicionado até alterações na pastilha de freio.
Apesar de reconhecer o
maior empenho das montadoras para corrigir problemas, entidades de defesa do consumidor dizem que a comunicação
do recall, geralmente, não é feita adequadamente.
Para a coordenadora institucional da Pro Teste (Associação
Brasileira de Defesa do Consumidor), Maria Inês Dolci, nem
sempre o consumidor entende
o risco a que está submetido
quando é informado sobre a necessidade do conserto.
"As comunicações têm sido
malfeitas. É preciso dizer qual é
o defeito do carro e o risco que
representa. Se não, o consumidor pode pensar que não precisa levar o carro porque o defeito não é grave", diz Maria Inês.
O diretor de fiscalização do
Procon-SP, Paulo Arthur Góes,
afirma que a entidade abre processo administrativo quando
há irregularidade no anúncio.
Góes considera que as empresas devem criar mecanismos
para convencer o cliente a procurar as concessionárias.
Nos últimos recalls da General Motors e da Volvo, as montadoras afirmam que cerca de
70% dos proprietários de veículos procuraram as empresas.
Especialistas dizem ser importante procurar uma concessionária em caso de recall porque defeitos que, à primeira
vista, parecem não oferecer risco à vida do motorista podem,
na verdade, causar perigo.
Um sistema de ar condicionado que não funcione bem,
por exemplo, pode causar superaquecimento e fazer parar o
motor do carro. Segundo Vitor
Franchini, gerente de pós-venda da Volvo, esse não é o motivo
do recall do modelo XC90, cujo
sistema de climatização pode
embaçar o vidro do motorista e
prejudicar a visibilidade.
Quanto às causas do grande
número de recalls anunciado
recentemente, David Wong, vice-presidente da Kaiser Associados -consultoria de gestão e
estratégia-, afirma que tanto
as montadoras como os consumidores estão se habituando à
necessidade de solucionar problemas nos carros.
Wong aponta ainda a diminuição do tempo entre o planejamento de um carro novo e seu
lançamento no mercado como
um dos fatores que podem fazer com que um veículo não
passe por testes do mesmo modo que passavam há 15 anos. "O
laboratório, em alguns casos,
não consegue reproduzir 100%
das vezes o uso que um carro
tem nas ruas."
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