São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 2008

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Comércio prevê alta nas vendas, apesar da crise

DA REDAÇÃO

Apesar da crise, o comércio está otimista com as vendas de Natal. A principal aposta dos varejistas é na movimentação deste final de semana, o último antes da principal data comemorativa do ano e com os consumidores já com a segunda parcela do 13º salário no bolso.
A Fecomercio (Federação do Comércio) do Estado de São Paulo prevê crescimento significativo no faturamento de vestuários, tecidos e calçados (17%) e eletrodomésticos e eletroeletrônicos (9%) neste mês.
A Casas Bahia, maior rede varejista de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e móveis do país, projeta alta de 7%.
Na avaliação do professor da Faculdade de Economia da USP Nelson Barrizzelli, para não pagar juros tão altos, os consumidores tentam diminuir o número de prestações, por isso a opção por produtos mais baratos, o que deve alavancar as vendas de vestuário e eletroeletrônicos portáteis.
Para a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), as compras do período natalino vão levar a um incremento de 8%. "Este final de semana vai ser o grande termômetro", avalia Nabil Sahyoun, lembrando que a expansão esperada é sobre uma base elevada. "A expectativa é que tenhamos um aumento de 20% nas vendas", afirma Guillermo Bloj, superintendente do Shopping Eldorado. Outro grande centro comercial de São Paulo, o MorumbiShopping, prevê crescimento semelhante. Já no shopping Metrô Boulevard Tatuapé, a projeção é de 30%. No Centro Comercial Leste Aricanduva, que tem perspectiva mais modesta, a alta esperada é de 5%.
No comércio popular, a turbulência no mercado financeiro também não deve prejudicar o faturamento dos comerciantes. Na região da 25 de Março, em São Paulo, o acréscimo aguardado é de 10%. "A crise não interferiu nas nossas vendas", afirma Marcelo Mouawad, diretor da Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências).
Na CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) do Bom Retiro, o mesmo crescimento é esperado. "Está passando o susto. O pessoal está saindo para gastar", comenta Luigi Nahmias, diretor da entidade, ressaltando que, como são compras de menor valor, não dependem tanto da oferta de crédito.
Pesquisa da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) mostrou que os 500 maiores supermercadistas do país esperam que o faturamento avance 14%. Considerando apenas produtos sazonais de Natal, as três grandes empresas do setor têm projeção otimista: 15% de alta no Carrefour, 20% no Wal-Mart e até 30% no Grupo Pão de Açúcar. Para Sussumu Honda, presidente da entidade, como os consumidores estão mais conservadores em adquirir bens duráveis por causa da retração no crédito, "existe a tendência de organizar festas de final de ano mais fartas".
(TATIANA RESENDE)


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