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Consumidor adota cautela nos gastos de Natal, diz Datafolha
Maioria diz que não pretende ampliar quantidade de presentes neste ano e afirma que dará preferência ao pagamento à vista
Para Mauro Paulino, diretor do instituto, crise teve efeito didático: as pessoas ficaram mais cuidadosas na hora de comprar e evitam dívidas
DA REPORTAGEM LOCAL
Otimista, porém cauteloso.
Assim se encontra o consumidor brasileiro neste final de
ano. Segundo pesquisa feita pelo Datafolha, a maioria das pessoas não pretende aumentar o
número de presentes neste Natal, quer gastar até R$ 200 e, de
preferência, pagando à vista.
Enquanto 53% dos entrevistados na sondagem afirmaram
que costumam distribuir mimos nos finais de ano, 49% disseram que vão realmente presentear agora. A região Sul do
país é a que mais se destaca nas
compras: 66% da população
têm o hábito, e 59%, a intenção
de fazê-lo em 2009.
Dos que desejam agradar a
parentes e amigos, 37% devem
adquirir uma quantidade de
itens igual à do ano passado,
33% planejam comprar menos
e 27%, mais.
Os valores desembolsados
também serão pequenos. Para
29%, os gastos com todos os
presentes serão de até R$ 100;
24% pretendem empatar de R$
101 a R$ 200 nas compras; e
26% vão despender de R$ 201 a
R$ 500. Apenas 9% preveem
gastar mais de R$ 500.
No último grupo estão principalmente as pessoas com renda familiar acima de dez salários mínimos, que deverão levar para casa as TVs de LCD, os
computadores e os outros eletroeletrônicos nos quais os lojistas estão apostando para aumentar as vendas neste ano.
Embora o valor dos presentes acompanhe a faixa de renda
do consumidor, o temor de endividamento é praticamente
igual no topo e na base da pirâmide: em média, 70% dos entrevistados dizem que vão pagar suas compras à vista.
Entre os que estudaram até o
ensino fundamental, 72% preferem essa opção, escolhida por
67% dos que têm educação superior. As mulheres se mostram mais dispostas a comprar
a prazo: 30% dizem que vão
parcelar, ante 25% dos homens. Os mais velhos são os
mais prudentes: somente 21%
dos entrevistados com mais de
60 anos pretendem dividir o
pagamento.
"Mesmo o Brasil tendo se recuperado rápido, foi um ano de
crise. E as incertezas acabaram
tendo um efeito didático sobre
a sociedade, que agora se mostra mais cuidadosa", explica
Mauro Paulino, diretor-geral
do Datafolha. "Existe uma
preocupação com as dívidas e
empenho para manter as despesas sob controle." Economistas consideram que esse movimento é saudável e muito diferente do que acontecia em épocas anteriores de dificuldades,
quando os consumidores ficavam atemorizados, abrindo espaço para a instalação do "Natal da lembrancinha".
A pesquisa Datafolha foi realizada com 11.429 consumidores em todo o Brasil, entre 14 e
17 deste mês. A margem de erro
é de dois pontos percentuais
para mais ou para menos.
(DENYSE GODOY)
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