DA REPORTAGEM LOCAL DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O mercado recebeu bem a indicação de Cássio Casseb para a presidência do Banco do Brasil. A expectativa é de que Casseb trará uma visão de administração privada para o banco público. Isso tende a contribuir para a maior eficiência da instituição.
Para João Rabello, presidente do banco Fibra, onde Casseb atuou como conselheiro até setembro de 2002, "a indicação foi muito positiva".
"O Casseb tem tudo para continuar o processo de profissionalização do Banco do Brasil", disse Rabello, que também havia trabalhado com Casseb no Citibank.
Ele ressalta ainda o fato de que o novo presidente do BB conhece bem o sistema bancário, pois já atuou em diversos segmentos.
Na opinião de Alberto Borges Mathias, da ABM Consulting, o fato de Casseb poder ser encarado como "um profissional ligado ao mercado financeiro" não vai atrapalhar seu comando em uma instituição pública. "Não vejo choque de interesses na indicação de Casseb", diz Mathias.

Divisão entre aliados
Já entre petistas, aliados e pessoas ligadas ao partido e ao sindicalismo bancário, a avaliação sobre nomeação de Casseb não foi tão unânime.
"Acho que para nós, fundadores do partido, militantes, há anos debatendo um projeto para o país, são preocupantes esses perfis [de pessoas do mercado financeiro para comandar bancos estatais". Estão muito mais para atender ao setor financeiro do que aos nossos sonhos", disse o deputado Doutor Rosinha (PT-PR).
O deputado reclamou também da falta de transparência dentro do partido nas discussões para nomeações como essa. "Mesmo que não fossem discutidos os nomes propriamente, o perfil das pessoas ao menos tinha de ser tratado dentro partido. Hoje somos informados pela imprensa sobre essas nomeações", disse.
Ao presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, João Vaccari, no entanto, o nome de Casseb agradou. "É uma pessoa do mercado, que tem os predicados necessários para assumir a presidência do banco."
O deputado distrital pelo PPS Augusto Carvalho, funcionário do BB há 31 anos, se disse "perplexo e indignado" com a nomeação de Casseb. "Primeiro foi o Meirelles [Henrique, presidente do BC, ex-presidente do BankBoston", e ninguém fala nada. Agora um sujeito que veio do Citibank. Nem o Fernando Henrique seria capaz de uma provocação dessa", afirmou. Carvalho é dirigente do Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil.


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