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São Paulo, terça-feira, 21 de janeiro de 2003

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COMÉRCIO

Vendas externas devem crescer 20% neste ano, entretanto, não devem atingir a meta de US$ 1 bilhão do BNDES

Exportação de fruta sobe pelo quarto ano

Matuiti Mayezo/Folha Imagem
Bananas são transportadas na cidade de Registro, no interior de São Paulo; exportação de frutas brasileiras cresceu no ano passado


CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

As exportações de frutas brasileiras mantêm, pelo quarto ano consecutivo, a tendência de alta. Os dados mais recentes do Ibraf (Instituto Brasileiro de Frutas) mostram que entre novembro de 2001 e novembro de 2002 o volume exportado cresceu 14,39%.
A previsão do instituto é que após a inclusão dos dados de dezembro o índice de crescimento atinja 20% em relação a 2001.
O valor obtido com as exportações também cresceu. O acumulado de 2002 até novembro foi de cerca de US$ 218 milhões. A cifra é 12,52% superior ao mesmo período do ano anterior.
A forte desvalorização cambial no ano passado foi um dos pilares do estímulo às exportações. Entretanto, segundo Maurício Ferraz, do Ibraf, o maior peso deve ser atribuído ao programa de promoção de exportações do setor, iniciado em 1998.
O Profruta (Programa de Desenvolvimento da Fruticultura), que conta com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), abrange desde programas de capacitação técnica para os produtores até um projeto de marketing das frutas brasileiras no exterior. Um dos objetivos é fazer com que a fruticultura brasileira consiga exportar US$ 1 bilhão até o final deste ano. Essa meta, porém, foi descartada pelo Ibraf, que prevê uma taxa anual de crescimento de 20% para os os próximos cinco anos.
"É impossível chegar a US$ 1 bilhão neste ano. Teria que haver um aumento muito expressivo do consumo mundial- o que é difícil nessa conjuntura de mercado retraído", disse Ferraz.

Paladar internacional
Além de dificuldades conjunturais para conseguir atingir a meta de US$ 1 bilhão, os fruticultores ainda enfrentam outro obstáculo: o desconhecimento do mercado internacional.
No caso do abacaxi, explica Ferraz, foram necessários anos para descobrir que o mercado europeu prefere o abacaxi havaí (polpa e casca amarelas) ao tipo mais comum plantado no Brasil, o abacaxi pérola (casca verde e mais adocicado). "Ou nos adaptamos ao paladar do mercado internacional ou fazemos campanha de marketing para oferecer um produto diferente. De todo modo é um trabalho de longo prazo", diz.
Conhecer a logística do mercado europeu, que absorve dois terços das exportações brasileiras, é outro desafio. Hoje 40% das exportações para o continente são feitas via Holanda.
O programa do Ibraf tem se voltado, principalmente, para oito frutas: manga, uva, melão, banana, limão, melancia, abacaxi e mamão papaia.
No caso do mamão, por exemplo, o volume exportado aumentou 25% no período de novembro de 2001 a novembro de 2002. Boa parte desse volume pode ser atribuída à entrada do produto no mercado norte-americano.
A banana foi outro destaque do setor. Estatísticas do Ibraf mostram que as exportações de banana somaram 218,3 mil toneladas, ou seja, 133,3% mais que no mesmo período de 2001. Em valor, o crescimento foi de 112,8%. Com isso, as vendas externas atingiram US$ 30,6 milhões.


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