São Paulo, quarta-feira, 21 de janeiro de 2004

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CÚPULA GLOBAL

Presidentes da América Latina não vão a evento, que começa hoje

Lula e latinos esnobam Fórum de Davos

DA REUTERS

Há um ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, como palco de sua primeira aparição diante de uma platéia de líderes internacionais. Neste ano, Lula não irá ao encontro anual de empresários, banqueiros e políticos, que começa hoje e termina no domingo.
Também não vão os presidentes Néstor Kirchner (Argentina), Ricardo Lagos (Chile), Vicente Fox (México) e Alejandro Toledo (Peru). Lucio Gutiérrez (Equador) será o único líder latino-americano presente.
Davos, fórum por excelência dos defensores do livre mercado, perdeu o charme entre os governantes latino-americanos, que estão lutando para consertar suas economias arruinadas por altas dívidas e profunda pobreza.
Para analistas, os governantes dos países em desenvolvimento estão buscando formas de avançar economicamente prescindindo das elites globais.
"Acho que os países estão descobrindo que, se continuarem mais distantes [da elite], também podem conseguir o que querem", diz Manuel Mora y Araujo, analista de uma empresa argentina de pesquisas de opinião.
Lula, Kirchner e Lagos já bateram de frente com europeus e americanos em relação a temas como os subsídios agrícolas e a Guerra do Iraque.
Distância é a palavra-chave para Kirchner. Em sua primeira viagem à Europa, no ano passado, o presidente argentino criticou empresários franceses e atacou executivos espanhóis pela suposta exploração da economia argentina na década passada.
A América Latina também pode ter perdido a atenção dos países ricos, numa época em que a guerra ao terrorismo passou a tomar conta da agenda mundial.
De fato, o tema da cúpula deste ano em Davos é "Segurança e Prosperidade". Entre os palestrantes principais estão o diplomata Paul Bremer, maior autoridade da administração americana no Iraque, e outros membros do Conselho de Governo Iraquiano.
Os organizadores do fórum negam que a América Latina tenha sido posta de lado e especulam que a ausência se deve a questões de agenda dos políticos.

Segurança
Manifestantes prometem iniciar os protestos contra o evento hoje. A polícia suíça finalizou ontem os preparativos para o forte esquema de segurança do evento.


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