São Paulo, quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

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Pão de Açúcar vai investir R$ 5 bilhões até 2012

Cifra não considera Ponto Frio e Casas Bahia e é 70% superior à do último triênio

Gigantes do varejo anunciam planos agressivos de olho nas classes C e D; Walmart vai investir R$ 2,2 bi em 2010, e Carrefour, R$ 2,5 bi até 2011


MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Grupo Pão de Açúcar anunciou planos de investir R$ 5 bilhões até 2012 no lançamento de 300 novas lojas. Neste ano serão cem lojas, que deverão gerar 10 mil empregos diretos. O investimento é 70% maior que o realizado nos últimos três anos e exclui futuras aquisições.
Além de Pão de Açúcar, os concorrentes Walmart e Carrefour também têm planos agressivos de expansão neste momento de economia aquecida e, principalmente, de olho no aumento do poder de compra das classes mais baixas.
O Walmart já havia anunciado que pretende investir R$ 2,2 bilhões em 2010, com a abertura de 100 a 110 lojas. No final do dia, o Carrefour reagiu aos concorrentes e divulgou uma nota anunciando que pretende investir R$ 2,5 bilhões nos próximos dois anos.
Segundo o vice-presidente de operações do Pão de Açúcar, Enéas Pestana, o foco do grupo são as lojas de bairro, voltadas para as classes C e D. Nessa estratégia, serão privilegiadas as bandeiras Extra e Assaí e a região Nordeste.
Os investimentos também contemplam uma expansão dos negócios em postos de combustíveis e drogarias. Os dois nichos nasceram dentro dos supermercados da rede -hoje são 79 postos e 147 drogarias-, mas deverão ganhar vida própria.
Além da abertura de novos postos e drogarias fora das lojas, mas com a bandeira Extra, o grupo avalia aquisições. "Aprendemos a operar postos e drogarias com rentabilidade. Daí a coragem de fazer isso fora das lojas", disse Pestana.
Ele lembra que o grupo conta com um time de profissionais "ativamente dedicados" a avaliar possíveis aquisições. "Nós nos consideramos varejistas, e não só varejistas de alimentos. Qualquer segmento que faça sentido, em alimentos e não alimentos, em que a gente já atua, pode trazer oportunidades. Isso inclui vestuário, produtos automotivos..."
O crescimento de 300 novas lojas nos próximos três anos corresponde a pouco menos da metade do número de lojas que o grupo tinha até junho passado (633 lojas), antes da aquisição do Ponto Frio.
O grupo faturou R$ 23,3 bilhões em 2009, excluindo Ponto Frio e Casas Bahia, cujo controle foi adquirido em dezembro. Somando tudo, o faturamento do grupo em 2010 deve ultrapassar R$ 40 bilhões.
Os investimentos da maior rede varejista da América Latina não contemplam a Globex, subsidiária que reúne Ponto Frio e Casas Bahia. A expansão futura das duas redes só virá depois que o Cade julgar a compra das Casas Bahia.


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