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PREVIDÊNCIA
Despesas do mês passado superam a arrecadação em R$ 3,152 bi
Déficit do INSS em janeiro é novo recorde para o mês
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) gastou em janeiro
R$ 3,152 bilhões mais do que arrecadou. Esse foi o pior resultado
para o mês desde 1995 e representa aumento de 66,5% em relação a
janeiro do ano passado, quando o
saldo negativo foi de R$ 1,892 bilhão.
Em janeiro, a arrecadação de
contribuições previdenciárias alcançou R$ 5,850 bilhões, enquanto o pagamento de benefícios, como aposentadorias e pensões,
atingiu R$ 9,002 bilhões.
O secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, disse que
os principais fatores que pesaram
para o crescimento do déficit em
janeiro em relação ao mesmo mês
de 2003 foram o aumento do salário mínimo (de R$ 200 para R$
240) e dos demais benefícios e o
crescimento do total de beneficiados do INSS.
No ano passado, o salário mínimo teve reajuste de 20%, e os benefícios acima do piso tiveram
aumento de 19,7%. Isso gerou aumento de 12,07% no valor médio
dos benefícios.
Além disso, destaca Schwarzer,
o número de aposentadorias,
pensões e outros benefícios pagos
pelo INSS aumentou nesse período. Em janeiro do ano passado, a
Previdência Social atendia 21,1
milhões de pessoas, número que
subiu para 21,9 milhões em janeiro deste ano.
Na comparação com dezembro
do ano passado, o déficit da Previdência caiu 26,5%. Tecnicamente,
lembra o secretário, a comparação não é possível, porque em dezembro o resultado do INSS é distorcido (é o dobro) pelo efeito do
pagamento do 13º salário aos aposentados e pensionistas.
Perspectivas melhores
Apesar do resultado de janeiro,
o secretário está otimista em relação ao desempenho das contas
previdenciárias nos próximos
meses. "Os números preliminares
deste mês já mostram que a situação está melhor."
Para este ano, o governo projeta
déficit do INSS de R$ 29,5 bilhões
-R$ 26,4 bilhões em 2003. As estimativas para 2004 não consideram, no entanto, um aumento
real para o salário mínimo nem o
impacto que terá nas contas da
Previdência um provável acordo
entre o governo e os aposentados
para o pagamento de uma dívida
de R$ 12,3 bilhões (diferenças que
deixaram de ser pagas nos últimos cinco anos por conta de expurgos nos valores iniciais dos benefícios).
Embora o déficit do INSS venha
crescendo de forma constante, o
governo Lula afirma que não é necessário mudar as regras de aposentadoria dos trabalhadores da
iniciativa privada.
A reforma da Previdência aprovada no final do ano passado alterou apenas os critérios de aposentadoria dos servidores públicos. O
regime do INSS foi mantido com
apenas uma modificação: a elevação do teto dos benefícios de R$
1.869,34 para R$ 2.400.
Na prática, essa alteração melhorará o caixa do INSS nos primeiros anos de vigência da medida. Para este ano, por exemplo, a
expectativa é de aumento de R$
1,750 bilhão na arrecadação da
Previdência Social por conta da
elevação do teto.
No longo prazo, entretanto, a
medida pesará nas contas do
INSS, pois implicará maior gasto
com o pagamento do novo teto.
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