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"É preciso uma
ação preventiva contra pirataria"
DE PEQUIM
Um dos maiores temores dos empresários brasileiros que vão à China buscar fornecedores ou parceiros é que seus produtos
sejam copiados e pirateados em escala global.
A lista de vítimas internacionais é imensa. Os advogados brasileiros no
país sugerem como se prevenir, mas dizem que as
punições na Justiça chinesa ainda não envolvem indenizações milionárias,
como em outros locais.
AÇÃO PREVENTIVA
FERREIRA - A primeira empresa a registrar um produto no equivalente chinês do Inpi [Instituto Nacional da Propriedade Industrial] se torna detentora da marca. Então agir
preventivamente é importante. Registre seu produto já.
Um bom contrato com o
fornecedor é fundamental. O chinês nunca dirá
que não consegue atender
a um pedido e acaba terceirizando a outras fabriquetas. Tem fornecedor
que gera um excedente de
produção para fazer caixa.
Hoje os contratos exigem que seja produzido
em apenas uma unidade
ou em algumas poucas e
que os moldes sejam devolvidos, assim como o
que não passar pelo controle de qualidade. Você
terá direito de visitá-las.
Não quer dizer que não
haverá pirataria. No interior, o interesse das fábricas locais conta mais, e a
Justiça pode ser mais protecionista. Em Pequim ou
Xangai, se você achar a peça pirateada, é melhor. Vale registrar a propriedade
intelectual em uma delas.
RABELLO - A fábrica brasileira de cadeados e fechaduras Soprano, de Caxias
do Sul (RS), esteve em
2000 pesquisando fornecedores na China.
Um deles viu o catálogo e registrou a marca e o logo, impedindo que os fabricantes brasileiros exportassem com sua própria marca para o país. Ele poderia
revender a marca à própria se ela quisesse exportar para a China.
O Inpi local, que tem juízes arbitrais, decidiu a favor da empresa brasileira,
que tinha toda a documentação para provar. Mas a
indenização foi pequena.
FERREIRA - A condenação
ainda não é satisfatória,
pois pode cessar a violação, mas sem uma compensação econômica. Enquanto não doer no bolso,
a pirataria vai continuar.
Há alguns anos, havia aqui
até a versão pirata da cerveja mexicana Corona,
usavam garrafas parecidas
e com o mesmo logo e colocavam outra cerveja
dentro. O maior risco é
que esses produtos pirateados sejam exportados,
competindo em terceiros
mercados, não só na China, com o original.
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