São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 1998

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Indonésia quer manter "boas relações" com FMI, diz ministro

das agências internacionais

O ministro das Finanças da Indonésia, Mar'ie Muhammad, afirmou ontem que o presidente Suharto estava atento à opinião internacional a respeito do plano de adotar um câmbio fixo.
"O governo sempre manterá boas relações com as instituições internacionais, incluindo o FMI (Fundo Monetário Internacional)", afirmou ontem o ministro em pronunciamento no Parlamento indonésio.
Na quinta-feira, já circulava no mercado financeiro a informação de que Suharto havia desistido da idéia de criar um câmbio fixo para estabilizar a rupia, a moeda local.
O FMI havia ameaçado a Indonésia de suspender a ajuda financeira de US$ 40 bilhões caso adotasse a medida. Estados Unidos e países da União Européia também haviam se declarado contrários ao câmbio fixo.
O ministro afirmou ainda que o governo indonésio pediu por escrito ajuda ao Grupo dos 7, que reúne os países mais industrializados, para que colabore na solução da crise asiática. O G-7 se reúne hoje em Londres (Reino Unido).
Ontem, o governo anunciou que, nos próximos dias, estará devolvendo depósitos dos clientes dos 16 bancos que foram fechados no final do ano passado. A medida fez parte do acordo fechado entre o país e o FMI em troca da ajuda financeira.
A devolução dos recursos custará ao Banco da Indonésia (banco central) cerca de US$ 30 milhões.
O alto endividamento do setor privado e a desvalorização da rupia levaram a Indonésia a recorrer ao FMI no ano passado. A dívida do setor privado está avaliada em US$ 74 bilhões.
Autoridades do Exército expressaram ontem preocupação em relação aos saques que vêm ocorrendo em várias partes do país. Ao menos cinco pessoas morreram no último final de semana.



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