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MARKETING ABATIDO
Atrizes não desfilarão os modelos, reduzindo exposição das grifes
Guerra "puxa tapete" do Oscar
Laura Rauch - 24.mar.02/ Associated Press
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Nicole Kidman, de Chanel |
RUTH LA FERLA
ALEX KUCZYNSKI
DO "THE NEW YORK TIMES"
A decisão de Hollywood de remover o tapete vermelho sobre o
qual os convidados caminhariam para chegar à cerimônia do
Oscar no domingo pode custar
ao mundo da moda uma quantia
incalculável em termos de publicidade gratuita.
Nos últimos anos, o tapete vermelho que se estendia à porta da
cerimônia do Oscar se tornou a
maior passarela da indústria
mundial da moda. As imagens
de estrela em vestidos de estilistas famosos são repetidas em
programas de moda e de celebridades na TV, em revistas e jornais e servem como combustível
para as vendas das marcas.
Mas, mesmo antes que começasse o bombardeio do Iraque, a
Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos decidiu que o momento não
era propício para o ritual. "A notícia foi devastadora", disse Paul
Wilmot, um agente publicitário
da indústria da moda em Nova
York que representa a joalheria
H. Stern e o estilista Oscar de la
Renta, entre outros. "Se tirarmos
o tapete vermelho, o que temos é
só um estacionamento."
Wilmot disse que dois anos
atrás, quando Catherine Zeta-Jones usou um pendente de águas-marinhas de 50 quilates, da H.
Stern, na cerimônia, "o valor obtido na imprensa mundial foi
inestimável".
Randolph Duke, estilista cujo
nome ganhou considerável prestígio depois de ele vestir Hilary
Swank para o Oscar de 2000 e
Marcia Gay Harden para o de
2001, diz: "É preciso compreender que o momento de exposição no tapete vermelho é publicidade grátis para sua empresa".
Muitos dos convidados célebres dizem que se sentiriam desconfortáveis com a idéia de caminhar em meio às fileiras de
jornalistas que cercam o tapete
vermelho, como se nada tivesse
mudado, disse Frank Pierson, o
presidente da academia, que na
terça anunciou que os convidados seriam deixados na porta do
teatro, sem fotos ou entrevistas.
Uma porta-voz da Academia
disse que um espaço poderia ser
liberado dentro do teatro para
jornalistas, mas sem entrevistas.
Um dos perdedores mais sérios no setor de moda será, provavelmente, o grupo de empresas que copiam os modelos mais
sensacionais, frequentemente
para o mercado de bailes de formatura. Marshal Cohen, co-presidente da NPD Fashionworld,
uma empresa que acompanha as
vendas de moda no varejo, prevê
que a indústria de derivados perderá milhões de dólares porque
as consumidoras não verão fotos
dos vestidos das estrelas, na imprensa. "Você perde a conversa
no cafezinho, no dia seguinte, o
papo de não acredito no que ela
estava usando", afirma.
Allen Schwartz, cuja empresa
produz roupas de noite inspiradas pelo Oscar, disse continuava
a planejar a produção, mas que
não poderia estimar quanto venderia de seus modelos sem a exposição no tapete vermelho.
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