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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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MARKETING ABATIDO

Atrizes não desfilarão os modelos, reduzindo exposição das grifes

Guerra "puxa tapete" do Oscar

Laura Rauch - 24.mar.02/ Associated Press
Nicole Kidman, de Chanel


RUTH LA FERLA
ALEX KUCZYNSKI

DO "THE NEW YORK TIMES"

A decisão de Hollywood de remover o tapete vermelho sobre o qual os convidados caminhariam para chegar à cerimônia do Oscar no domingo pode custar ao mundo da moda uma quantia incalculável em termos de publicidade gratuita.
Nos últimos anos, o tapete vermelho que se estendia à porta da cerimônia do Oscar se tornou a maior passarela da indústria mundial da moda. As imagens de estrela em vestidos de estilistas famosos são repetidas em programas de moda e de celebridades na TV, em revistas e jornais e servem como combustível para as vendas das marcas.
Mas, mesmo antes que começasse o bombardeio do Iraque, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos decidiu que o momento não era propício para o ritual. "A notícia foi devastadora", disse Paul Wilmot, um agente publicitário da indústria da moda em Nova York que representa a joalheria H. Stern e o estilista Oscar de la Renta, entre outros. "Se tirarmos o tapete vermelho, o que temos é só um estacionamento."
Wilmot disse que dois anos atrás, quando Catherine Zeta-Jones usou um pendente de águas-marinhas de 50 quilates, da H. Stern, na cerimônia, "o valor obtido na imprensa mundial foi inestimável".
Randolph Duke, estilista cujo nome ganhou considerável prestígio depois de ele vestir Hilary Swank para o Oscar de 2000 e Marcia Gay Harden para o de 2001, diz: "É preciso compreender que o momento de exposição no tapete vermelho é publicidade grátis para sua empresa".
Muitos dos convidados célebres dizem que se sentiriam desconfortáveis com a idéia de caminhar em meio às fileiras de jornalistas que cercam o tapete vermelho, como se nada tivesse mudado, disse Frank Pierson, o presidente da academia, que na terça anunciou que os convidados seriam deixados na porta do teatro, sem fotos ou entrevistas.
Uma porta-voz da Academia disse que um espaço poderia ser liberado dentro do teatro para jornalistas, mas sem entrevistas.
Um dos perdedores mais sérios no setor de moda será, provavelmente, o grupo de empresas que copiam os modelos mais sensacionais, frequentemente para o mercado de bailes de formatura. Marshal Cohen, co-presidente da NPD Fashionworld, uma empresa que acompanha as vendas de moda no varejo, prevê que a indústria de derivados perderá milhões de dólares porque as consumidoras não verão fotos dos vestidos das estrelas, na imprensa. "Você perde a conversa no cafezinho, no dia seguinte, o papo de não acredito no que ela estava usando", afirma.
Allen Schwartz, cuja empresa produz roupas de noite inspiradas pelo Oscar, disse continuava a planejar a produção, mas que não poderia estimar quanto venderia de seus modelos sem a exposição no tapete vermelho.


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