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TRABALHO
Salário na BA é de R$ 530,00; em SP, R$ 1.500
Greve por equiparação salarial com São Paulo pára Ford na Bahia
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Os trabalhadores da Ford em
Camaçari (BA) entraram em greve ontem por tempo indeterminado, reivindicando equiparação
salarial com os metalúrgicos que
trabalham para a empresa, em
São Bernardo do Campo (SP).
De acordo com o presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia, Aurelino Pedreira, a média
salarial paga pela Ford aos 1.200
funcionários baianos é R$ 530,00.
"Em São Paulo, para executar as
mesmas funções, um operário recebe R$ 1.500", acrescentou.
Com a paralisação -a terceira,
desde que a Ford foi inaugurada-, cerca de 600 carros deixam
de ser produzidos por dia. Ao ser
informada que a paralisação atingia todos os setores da fábrica, a
diretoria da montadora ofereceu
um reajuste de 8,1%, rejeitada pelos operários. "Não queremos receber um índice insignificante de
reajuste. Vamos lutar pela equiparação salarial com os colegas de
São Paulo", disse Pedreira.
Segundo a diretoria da Ford, os
metalúrgicos baianos somente
têm direito ao reajuste em julho.
No início da noite de ontem, dirigentes sindicais e da empresa estavam reunidos na DRT (Delegacia Regional do Trabalho) da Bahia tentando fechar um acordo
para acabar com a paralisação.
Os funcionários da Ford em Camaçari (região metropolitana de
Salvador) que foram ontem pela
manhã à empresa não entraram
para trabalhar.
São Paulo
Os metalúrgicos de São Paulo,
representados pela Força Sindical, devem parar empresas do setor de autopeças e de máquinas a
partir da próxima quarta-feira
por causa do impasse nas negociações sobre a concessão de reajustes antecipados.
A decisão deve ser aprovada no
congresso da categoria, que acontece de hoje a domingo no ginásio
do Ibirapuera, em São Paulo.
Além de definir a paralisação, o
congresso deve discutir também
propostas da categoria para as reformas previdenciária, trabalhista
e tributária.
O Sindicato dos Metalúrgicos
de São Paulo informou que não
houve acordo ontem nas reuniões
com o setor de autopeças e máquinas. "Pediram 60 dias de prazo, mas quem dá prazo são as Casas Bahia, não os metalúrgicos. As
empresas querem ganhar tempo,
mas, a partir de segunda-feira,
vão receber avisos de greve", disse
Eleno José Bezerra, presidente do
sindicato.
Dos 280 mil trabalhadores representados pela entidade, cerca
de 75% atuam nas empresas desses dois setores. A categoria tem
data-base em novembro, mas defende a antecipação de reajustes
para recuperar as perdas causadas pela inflação nos últimos quatro meses. "Em novembro de
2002, os salários tiveram reajuste
de 10,26%, mas, quatro meses depois, a inflação [pelo INPC" chegou a 10,39%."
Já os padeiros de São Paulo conseguiram fechar quatro acordos
garantindo a antecipação de reajustes salariais de 10%, parcelados
em três vezes.
A categoria, que tem data-base
em novembro, é a primeira a conquistar o reajuste dentro da campanha salarial de emergência. Os
acordos beneficiam cerca de mil
trabalhadores da empresa Cepam
e das padarias Ben Hur, Java e
Marajá e prevêem participação
nos lucros.
Colaborou a Reportagem Local
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