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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Queda no índice da Fipe e leilão de títulos cambiais mantêm dólar em R$ 3,47; Bovespa sobe 1,38%

Inflação e rolagem abafam impacto da guerra

DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores passaram o primeiro dia de ataques contra o Iraque de Saddam Hussein atentos aos acontecimentos em Bagdá. Mas a queda da inflação, a rolagem da dívida cambial do Banco Central e a relativa calmaria nos mercados externos fizeram todos os indicadores fechar praticamente estáveis ou positivos.
"A guerra hoje ainda foi mais um show pirotécnico do que o que a gente espera do conflito propriamente dito. E, por enquanto, continua a perspectiva de que não vá ser um conflito longo", afirma Gustavo Alcântara, analista do banco Prosper.
O dólar fechou em alta de 0,25%, cotado a R$ 3,479. O C-Bond subiu 0,64% e o risco-país praticamente não sofreu variação.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, o interesse pela compra de ativos por parte de algumas corretoras fez o Ibovespa subir 1,38%.
Ontem a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) divulgou que o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) nos últimos 30 dias, até 14 março, ficou em 0,92%. Apesar de ainda ser um número alto, é o menor valor desde a última quadrissemana de outubro.
Durante a tarde, o BC promoveu mais um leilão de títulos cambiais e vendeu US$ 748,8 milhões em contratos de "swap", cerca de 24% do total da dívida que vence em 1º de abril. Somando-se esse valor ao que já havia sido negociado anteriormente, a autoridade monetária já conseguiu renegociar aproximadamente 50% dos vencimentos.
Segundo Alcântara, ontem na Bovespa houve um aumento da procura por ações classificadas como de "primeira linha", que são as de maior liquidez, como Telemar, Petrobras e Telesp Celular. O aumento da demanda foi proveniente principalmente de corretoras que operam para investidores estrangeiros. "Esse movimento pode indicar uma volta dos estrangeiros à Bolsa", disse o analista.
Um dos temores da guerra no mercado de capitais tem sido o fluxo de recursos para países emergentes. Por isso, o sinal de que há investidores interessados nas ações de empresas brasileiras é muito bem recebido na Bolsa. As maiores altas foram Siderúrgica Tubarão PN (4,6%), Cemig ON (4,6%) e Acesita PN (4,5%). As maiores baixas foram Comgas PNA (2,8%) e Light ON (2,4%).
(GEORGIA CARAPETKOV)


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