São Paulo, domingo, 21 de abril de 2002

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Ricos lançam plano para tentar combater crise em país emergente

DA REDAÇÃO

O G7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo) divulgou ontem um plano de quatro pontos para combater crises financeiras em países emergentes. Uma das principais medidas seria limitar o crédito de socorro aos países em dificuldades. A reunião de ontem, em Washington, teve o objetivo de discutir o impacto da crise argentina na recuperação da economia mundial.
O grupo acredita que as perspectivas para este ano são otimistas, mas que ainda há riscos, principalmente ligados ao país sul-americano.
O plano de combate às crises vem na esteira dos sucessivos problemas enfrentados pela Argentina. Sem crédito e dinheiro, o país está cada vez mais perto de um colapso total no seu sistema financeiro.
Além da adoção de limites à concessão de crédito, o plano prevê também a alteração dos mecanismos dos títulos da dívida dos países, reestruturação da dívida dos países com problemas e melhores mecanismos para prevenir essas crises.
Essas medidas de combate e prevenção obtiveram, pela primeira vez, consenso de todos os sete países-membros. Os países acreditam que os quatro pontos do programa são "complementares" e devem ser levados adiante e fortalecidos em conjunto.
Durante a reunião, realizada no prédio do Tesouro dos EUA paralelamente ao encontro do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, foram discutidas quais são as forças que impedem a recuperação mais intensa da economia mundial. Os ministros de Economia e de Finanças, e alguns presidentes de bancos centrais dos países-membros, estavam com duas grandes preocupações: a situação na Argentina e o preço do petróleo no mercado mundial. Os problemas argentinos, porém, mobilizaram mais a atenção dos participantes do encontro.

Atitude positiva
Apesar de serem graves os problemas na Argentina, o país vem recebendo o apoio de alguns membros do grupo. O presidente do grupo de ministros das Finanças do Euro, o espanhol Rodrigo Rato, afirmou que ainda há esperanças de a Argentina conseguir apoio financeiro do FMI para tentar sair da crise.
Rato, entretanto, participou do encontro como autoridade da União Européia, uma vez que a Espanha não faz parte do G7.
O ministro da Economia da França, Laurent Fabius, porém, advertiu, antes do início da reunião, que a situação na Argentina ainda preocupa e pode atrapalhar um pouco o ritmo de recuperação da economia mundial.
Fazem parte do Grupo dos 7 os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Itália, o Japão, a Alemanha e o Canadá.



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