São Paulo, terça-feira, 21 de abril de 2009

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Produtor elogia "ser dono do próprio nariz"

DA AGÊNCIA FOLHA

Parte dos produtores de soja vê um lado positivo em desembolsar mais dinheiro para custear a safra. Além de ficarem mais independentes de tradings para vender os grãos, os agricultores aumentam lucros ao pagarem menos juros.
Com menos dinheiro disponível no mercado, a estratégia da maioria foi usar a renda "excepcional" da colheita anterior para garantir o plantio passado, segundo a economista e assessora da CNA Rosemeire dos Santos.
Depois de 15 anos fazendo acordos com tradings para custear a lavoura, Antônio Luiz Giacomelli, de Sorriso (MT), plantou 3.200 hectares de soja nesta safra com economias próprias e financiamentos de fornecedores de insumos, como sementes e óleo diesel.
"Acabou sendo bom, porque não me comprometi a entregar aquele monte de soja para a trading como sempre fazia. Dessa vez banquei 20%, ante 10% na safra passada, e comecei a ser dono do próprio nariz."
No caso de Carmelio Romano Roos, que plantou 1.300 hectares na região de Campo Grande (MS), o autofinanciamento saltou de 60% para 78% de uma safra para a outra.
"Quando há dinheiro em caixa, vale a pena se esforçar e pagar o máximo possível do bolso. Se a safra é toda financiada por terceiros, perdemos até 20% com juros e, antes da colheita, já estão na porteira cobrando."
Segundo a economista da CNA, caso o produtor não consiga crédito com juro controlado pelo governo -que é limitado e tem taxa anual de juros fixada em 6,75%-, o mercado financeiro e as tradings chegam a cobrar até 21% ao ano pelos empréstimos. (GH)


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