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Produtor elogia "ser dono do próprio nariz"
DA AGÊNCIA FOLHA
Parte dos produtores de
soja vê um lado positivo em
desembolsar mais dinheiro
para custear a safra. Além de
ficarem mais independentes
de tradings para vender os
grãos, os agricultores aumentam lucros ao pagarem
menos juros.
Com menos dinheiro disponível no mercado, a estratégia da maioria foi usar a
renda "excepcional" da colheita anterior para garantir
o plantio passado, segundo a
economista e assessora da
CNA Rosemeire dos Santos.
Depois de 15 anos fazendo
acordos com tradings para
custear a lavoura, Antônio
Luiz Giacomelli, de Sorriso
(MT), plantou 3.200 hectares de soja nesta safra com
economias próprias e financiamentos de fornecedores
de insumos, como sementes
e óleo diesel.
"Acabou sendo bom, porque não me comprometi a
entregar aquele monte de soja para a trading como sempre fazia. Dessa vez banquei
20%, ante 10% na safra passada, e comecei a ser dono do
próprio nariz."
No caso de Carmelio Romano Roos, que plantou
1.300 hectares na região de
Campo Grande (MS), o autofinanciamento saltou de
60% para 78% de uma safra
para a outra.
"Quando há dinheiro em
caixa, vale a pena se esforçar
e pagar o máximo possível do
bolso. Se a safra é toda financiada por terceiros, perdemos até 20% com juros e, antes da colheita, já estão na
porteira cobrando."
Segundo a economista da
CNA, caso o produtor não
consiga crédito com juro
controlado pelo governo
-que é limitado e tem taxa
anual de juros fixada em
6,75%-, o mercado financeiro e as tradings chegam a cobrar até 21% ao ano pelos
empréstimos.
(GH)
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