DA SUCURSAL DO RIO

Em um momento em que a Varig perde participação no mercado, a controladora da companhia área, a FRB (Fundação Rubem Berta), elegerá neste sábado os novos curadores da fundação. São eles que escolhem os integrantes da direção da empresa.
Dados de abril do DAC (Departamento de Aviação Civil) mostram que a Varig perdeu a liderança no transporte doméstico de passageiros. Tinha 36,3% do total de passageiros transportados de janeiro a abril de 2003. A cifra caiu para 30,45% em igual período deste ano. A Varig foi superada pela TAM, cuja participação subiu de 31,32% para 33,25%. A Gol também cresceu, aumentando sua fatia de 17,55% para 21,94%.
Mesmo com a perda de espaço, a expectativa é a de que os atuais sete curadores sejam reeleitos. A previsão, apurou a Folha, é que o presidente do conselho curador, Luiz Martins, que também preside a Varig, seja mantido no cargo. A escolha será feita pelo Colégio Deliberante da FRB -a fundação detém 87% das ações ordinárias da Varig-, composto por 220 funcionários da empresa.
Um dos motivos da provável eleição de Martins para o conselho é seu bom relacionamento com o cúpula do governo, maior credor da companhia aérea.
Também pesa a favor da atual direção o fato de a Varig ter reduzido seu prejuízo em 2003 em 36% -R$ 2,8 bilhões para R$ 1,8 bilhão. A companhia registrou lucro operacional (sem contar o peso do endividamento) de R$ 160 milhões, o primeiro em sete anos. A dívida da Varig, porém, é de cerca de US$ 2 bilhões. A empresa tem um patrimônio negativo de mais de R$ 6 bilhões.
Em 2003, o grupo liderado por Martins conseguiu destituir o antigo conselho, presidido por Yutaka Imagawa. Na época, Martins defendia a fusão com a TAM (hoje descartada) e a diluição do participação da FRB no capital da nova companhia que seria criada. Imagawa era contrário e tido como intransigente pelo governo.


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