São Paulo, sexta-feira, 21 de maio de 2004

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DIAS DE TENSÃO

Organização cita contratos fechados para afirmar que não tem como aumentar já a cota diária de petróleo

Opep descarta elevar produção em junho

Chris Hondros/France Presse
Postos exibem os preços dos combustíveis nos EUA


DA REDAÇÃO

O presidente da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), o indonésio Purnomo Yusgiantoro, afirmou ontem que é muito tarde para que a instituição consiga elevar a sua produção ainda em junho. Segundo ele, a razão são os contratos que foram acertados anteriormente.
"Eu não posso pedir às pessoas que elevem a produção agora por causa dos contratos que já estão fechados", disse Yusgiantoro em entrevista coletiva em Londres.
Amanhã, a Opep aproveitará o Fórum Internacional de Energia, em Amsterdã (Holanda), para reunir ministros de seus países-membros e debater a alta do preço do petróleo.
No encontro informal, será analisada a proposta da Arábia Saudita, maior produtor e exportador mundial, de elevar a produção do cartel em cerca de 6%, para 25 milhões de barris diários.
Porém, apesar de o próprio Yusgiantoro já ter sinalizado que a organização deve concordar com o aumento, a mudança só deverá ser oficializada na reunião formal da Opep em Beirute (Líbano), na próxima quinta-feira.
Após as declarações de Yusgiantoro, o preço do barril para entrega em junho chegou a US$ 41,65 em Nova York, próximo ao recorde de US$ 41,85 atingido na segunda-feira. Mas, em um dia de volatilidade no mercado, o preço recuou para US$ 40,92, queda de 1,4% em relação a quinta.
Em Londres, a cotação do petróleo tipo brent também subiu durante o pregão, superou a barreira de US$ 38, mas cedeu no fim do dia. O barril fechou negociado a US$ 37,26, baixa de 1,7%.
O presidente da Opep afirmou ainda que ela não tem poder para reduzir os preços na atual conjuntura e que "os países-membros da instituição não podem assumir sozinhos a responsabilidade pelos preços elevados do petróleo".
Yusgiantoro, que voltou a dizer que a ação de especuladores e a tensão no Oriente Médio são as responsáveis pelo movimento de alta, acrescentou ontem a gasolina como fator de desequilíbrio.
A referência foi ao consumo crescente nos EUA. Embora os estoques de gasolina tenham subido na semana passada, estão abaixo dos níveis históricos no país.
Depois do presidente George W. Bush, ontem foi a vez de o subsecretário do Tesouro dos EUA, John Taylor, expressar preocupação com a recente alta do petróleo. Ele afirmou que os preços do barril nos atuais patamares têm impacto sobre o crescimento, mas ressalvou que a economia americana é muito forte.

Com agências internacionais

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