São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

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Rebaixar país é decisão infeliz, diz Bier

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, qualificou de "infeliz" a decisão da agência de rating Moody's de rebaixar a perspectiva de classificação de papéis brasileiros.
Bier afirmou, porém, que não acredita em uma influência muito grande dessa decisão sobre as atitudes dos investidores. Segundo ele, a classificação pode ter agravado a situação, mas o ambiente externo atual já era de "aversão ao risco".
Para o secretário, o governo continua tomando medidas para conter a volatilidade do mercado. "Mas nenhum de nós tem a expectativa de que o mercado vá reagir imediatamente ao que é anunciado", disse.
O secretário evitou comentar os efeitos das novas pesquisas eleitorais -que apontam a estabilidade do candidato do governo- sobre a nova onda de especulações sobre a economia brasileira.
Apesar do aumento recorde do "risco Brasil", Bier disse que não há crise. "Não há que se falar em crise, mas em estabilidade e volatilidade". Segundo ele, o governo continuará tomando medidas para que os fundamentos da economia sejam percebidos como mais importantes do que as especulações sobre o que vai acontecer.
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, não quis dar nenhuma declaração ontem, repetindo que não tem a obrigação de ficar repercutindo o que acontece no mercado financeiro. Durante o dia, recebeu o governador Esperidião Amin (SC) e o ministro do Desenvolvimento Agrário, José Abrão. À tarde, era esperada a sua presença na posse do ministro Gilmar Mendes no STF, mas o ministro não apareceu.
O ministro falou várias vezes com o presidente Fernando Henrique Cardoso, mas as conversas foram classificadas de "rotineiras". Malan tem acompanhado a movimentação do mercado pelas agências de tempo real.
Bier elogiou a adoção do câmbio flutuante pelo Uruguai, "que permite a praticamente todos os países do Mercosul terem o mesmo regime cambial. E é acompanhada de uma perspectiva de apoio firme do FMI".



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