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MERCADO EM TRANSE
Volume de empréstimos ao Brasil cai de U$ 4,7 bi para U$ 2,9 bi no primeiro semestre
Seca crédito externo para o setor privado
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
A contração do crédito privado
ao Brasil começa a ganhar números. Desde janeiro, bancos internacionais emprestaram ao setor
privado brasileiro US$ 1,8 bilhão
abaixo do total registrado no mesmo período do ano passado.
Esse cálculo é da Loan Pricing
Corporation, empresa norte-americana que fornece informações à Wall Street e que teve acesso a dados das operações de instituições financeiras.
O volume de novos empréstimos ao Brasil caiu de U$ 4,7 bilhões para U$ 2,9 bilhões entre os
primeiros semestres de 2001 e de
2002 (contado até ontem). Para a
América Latina, essa redução foi
ainda mais drástica: caiu de US$
17,32 bilhões para US$ 4,75 bilhões.
O levantamento, que envolve
novos empréstimos e refinanciamentos (rolagens), é apenas um
dos indícios da fuga de recursos
estrangeiros da América Latina e
do Brasil nas últimas semanas.
Para a Ásia
Ao medir exclusivamente o
comportamento de fundos de investimentos especializados em
mercados emergentes, outras empresas de assessoria nos EUA -
como a AMG - concluíram ainda que cerca de US$ 100 milhões
foram retirados da América Latina somente em junho - grande
parte desse valor foi para mercados emergentes asiáticos, que tiveram resultado líquido positivo
de US$ 2,8 milhões na última semana.
Os números mostram que o
México, antes visto por investidores como uma ilha de segurança
em meio a turbulências, também
está sendo afetado pelas turbulências. Sem divulgar números específicos, a empresa "eMergingPortfolio.com", que assessora o
banco Salomon Smith Barney, informou que os fundos mútuos tiraram recursos tanto do Brasil
quanto do México no último mês.
"Hedge funds"
Esses levantamentos não incluem as operações de "hedge
funds", fundos de proteção que
normalmente são mais ousados,
especulativos e que guiam o resto
dos mercados.
Alguns especialistas em Nova
York estão começando a concluir
estudos para mapear o cronograma da recente fuga de recursos da
América Latina. Eles pretendem
identificar como e quem deu início à venda de ativos na região.
O levantamento poderá esclarecer qual foi o grau de espontaneidade do fluxo de recursos para fora da América Latina e indicar se
houve movimentos unicamente especulativos.
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