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MERCADO EM TRANSE
Manifestantes param Buenos Aires por ajuda internacional rápida, mais emprego e salário
Argentinos voltam às ruas contra o FMI
JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES
Milhares de argentinos voltaram a paralisar a cidade de Buenos Aires ontem com a realização de diversos atos em protesto contra as exigências feitas pelo FMI
(Fundo Monetário Internacional) ao governo. As manifestações
aconteceram no mesmo dia em que a missão do Fundo que está
no país concluiu seus trabalhos.
O protesto mais importante
aconteceu na praça de Maio (região central de Buenos Aires), onde pelo menos 10 mil desempregados, trabalhadores estatais e
militantes de esquerda se reuniram para reivindicar uma ajuda
internacional rápida à Argentina,
aumentos salariais e a criação de
novos postos de trabalho.
Outro grupo liderado pelo deputado comunista Luis Zamora
se reuniu em frente ao hotel onde
até ontem estavam hospedados os
técnicos da missão do FMI chefiada pelo britânico John Thornton.
A polícia impediu o ingresso dos
manifestantes no hotel.
Além disso, dezenas de ruas e
estradas de toda a Província foram bloqueadas apesar da promessa feita na última quarta-feira
por líderes piqueteiros ao governo de que as manifestações não
prejudicariam o trânsito.
Impaciente, o governo anunciou que vai contratar mais 2.000
policiais para conter o aumento
da tensão social e da criminalidade, elevando o efetivo para 10 mil
homens.
Discordâncias
A missão do FMI chefiada por
Thornton encerrou ontem os trabalhos no país sem alcançar avanços significativos nas negociações
com o governo. Após uma semana de conversas sobre as novas
metas monetárias e fiscais, o porta-voz da Presidência, Eduardo
Amadeo, disse que o grau de desentendimento ainda é grande.
Entre outras coisas, o organismo exige que a Argentina adote
uma posição mais cautelosa em
relação à emissão de pesos.
Também pede que o país deixe
de gastar as reservas internacionais para baixar a cotação do dólar e exige a assinatura dos acordos definitivos para a redução do
déficit das Províncias.
Outra discórdia: ontem, o presidente Eduardo Duhalde decidiu
vetar apenas um artigo do projeto
que elimina a Lei de Subversão
Econômica -o FMI exige o veto
de outros três artigos.
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