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Estatal quer mudar lei para preço do gás cair
DA SUCURSAL DO RIO
Antes de optar por reduzir o
preço do gás de cozinha, a Petrobras quer uma nova regulamentação para o setor que permita que
as quedas de preço na refinaria
cheguem ao consumidor, sem ficarem "perdidas" no meio da cadeia de distribuição e revenda.
Uma outra opção em estudo é
entrar no ramo de distribuição de
gás -ou comprando uma distribuidora ou expandindo as atividades da BR, que só atua no segmento industrial. O objetivo é aumentar a competição, já que, como a estatal está em toda a cadeia,
pode praticar preços menores.
Segundo o diretor financeiro da
Petrobras, José Sérgio Gabrielli,
não adianta a estatal reduzir o
preço na refinaria "se não há garantia de que o benefício vá chegar ao consumidor".
O preço do gás de cozinha na refinaria é o mesmo desde o final do
ano passado, quando subiu 7,7%
em 29 de dezembro. No primeiro
trimestre, a Petrobras não mexeu
no preço, apesar das altas no mercado externo no período da Guerra do Iraque. Na época, arcou
com a defasagem. Especialistas
afirmam, porém, que agora já há
espaço para uma redução de preço na casa de um dígito.
Para o diretor, o mercado de
GLP é "complexo e com vários
elos em sua na cadeia". Por isso,
precisa sofrer mudanças na sua
regulamentação. Cabe ao governo definir essas alterações, disse.
Gabrielli afirmou que a empresa
pode até mesmo ter prejuízo com
o GLP, que representa só 7% da
receita da companhia, mas que,
na visão dele, tem um importante
impacto social por ser um produto de uso essencial.
A estatal só aceita deixar de ganhar com o GLP, afirmou, se o benefício alcançar o consumidor e
não ficar com outros agentes do
setor. Ele lembrou que, do preço
final, apenas R$ 11 são referentes
ao valor da refinaria. O preço médio do botijão é de R$ 29,57, segundo a ANP (Agência Nacional
do Petróleo).
Um grupo de trabalho do Ministério de Minas e Energia, da
Petrobras e do Ministério da Fazenda já estuda as alterações.
Uma delas em análise é permitir
que o revendedor possa comprar
de mais de uma distribuidora, o
que hoje é vedado. A proposta enfrenta forte oposição do Sindigás
(sindicato das distribuidoras),
que afirma que a medida irá aumentar as irregularidades no setor, sem ter efeito prática na queda dos preços.
Gabrielli disse ainda que não há
previsão para uma nova redução
dos preços da gasolina e do diesel
-a última queda foi em maio.
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