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São Paulo, sábado, 21 de junho de 2003

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Estatal quer mudar lei para preço do gás cair

DA SUCURSAL DO RIO

Antes de optar por reduzir o preço do gás de cozinha, a Petrobras quer uma nova regulamentação para o setor que permita que as quedas de preço na refinaria cheguem ao consumidor, sem ficarem "perdidas" no meio da cadeia de distribuição e revenda.
Uma outra opção em estudo é entrar no ramo de distribuição de gás -ou comprando uma distribuidora ou expandindo as atividades da BR, que só atua no segmento industrial. O objetivo é aumentar a competição, já que, como a estatal está em toda a cadeia, pode praticar preços menores.
Segundo o diretor financeiro da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, não adianta a estatal reduzir o preço na refinaria "se não há garantia de que o benefício vá chegar ao consumidor".
O preço do gás de cozinha na refinaria é o mesmo desde o final do ano passado, quando subiu 7,7% em 29 de dezembro. No primeiro trimestre, a Petrobras não mexeu no preço, apesar das altas no mercado externo no período da Guerra do Iraque. Na época, arcou com a defasagem. Especialistas afirmam, porém, que agora já há espaço para uma redução de preço na casa de um dígito.
Para o diretor, o mercado de GLP é "complexo e com vários elos em sua na cadeia". Por isso, precisa sofrer mudanças na sua regulamentação. Cabe ao governo definir essas alterações, disse.
Gabrielli afirmou que a empresa pode até mesmo ter prejuízo com o GLP, que representa só 7% da receita da companhia, mas que, na visão dele, tem um importante impacto social por ser um produto de uso essencial.
A estatal só aceita deixar de ganhar com o GLP, afirmou, se o benefício alcançar o consumidor e não ficar com outros agentes do setor. Ele lembrou que, do preço final, apenas R$ 11 são referentes ao valor da refinaria. O preço médio do botijão é de R$ 29,57, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Um grupo de trabalho do Ministério de Minas e Energia, da Petrobras e do Ministério da Fazenda já estuda as alterações. Uma delas em análise é permitir que o revendedor possa comprar de mais de uma distribuidora, o que hoje é vedado. A proposta enfrenta forte oposição do Sindigás (sindicato das distribuidoras), que afirma que a medida irá aumentar as irregularidades no setor, sem ter efeito prática na queda dos preços.
Gabrielli disse ainda que não há previsão para uma nova redução dos preços da gasolina e do diesel -a última queda foi em maio.



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