São Paulo, quinta-feira, 21 de junho de 2007

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Mantega ataca tarifas cobradas pelos bancos

Ministro defende medidas para conter aumentos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cobrado por deputados da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, o ministro Guido Mantega (Fazenda) defendeu ontem medidas para conter o aumento das tarifas cobradas pelos bancos por serviços prestados aos clientes.
Sem detalhar propostas concretas, Mantega disse que é preciso "criar mecanismos" para estimular a competição no setor bancário.
"O que está acontecendo com as tarifas bancárias é que aparentemente elas estão se elevando de maneira exponencial, e nós temos que, dentro da legislação em vigor, sem violar nenhuma norma, achar os caminhos para moderar essa elevação", afirmou.
Balanços entregues ao Banco Central apontam que as 104 instituições financeiras que atuam no país tiveram, no ano passado, uma receita de R$ 47,5 bilhões com a cobrança de tarifas -17,3% acima de 2005.
Números como esse foram apresentados ao ministro pelos deputados da comissão, que ouviram também o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Segundo Ivan Valente (PSOL-SP), a receita com tarifas é hoje mais que suficiente para cobrir os gastos com pessoal dos bancos.
Meirelles foi mais cético em relação às cobranças por medidas do governo. "Já tentamos no passado controlar preços, fazer tablitas, já corremos atrás de boi no pasto", ironizou, em referência aos planos econômicos heterodoxos que fracassaram na década de 80. Para o presidente do BC, o aumento da receita com tarifas está associado ao aumento do número de correntistas.
Mantega disse que outro caminho é aumentar a transparência, ou seja, deixar mais claro para os clientes quais são as tarifas e os serviços cobrados pelos bancos. O ministro reconheceu ainda que os juros bancários continuam excessivos, mas procurou apresentar boas notícias no setor financeiro. Antecipou, por exemplo, que os juros do crédito rural serão reduzidos em relação aos 8,75% cobrados no ano passado.


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