São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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Bird faz alerta sobre controle de preços na AL

Órgão diz que é muito difícil subsídio ser eficiente

DA REUTERS
DA REDAÇÃO

Os países latino-americanos deveriam pensar duas vezes sobre a imposição de controle de preços de produtos alimentícios como forma de combate à crescente inflação dos preços dos alimentos, pois essa política pode ter o efeito contrário mais adiante, afirmou o Bird.
O México se tornou o mais recente país latino-americano a adotar o subsídio de alimentos como meio de suavizar a situação da população, ao anunciar nesta semana que vai congelar os preços de cerca de 150 produtos alimentícios.
O congelamento mexicano valerá até 31 de dezembro e inclui produtos como sucos, feijão, sardinha enlatada e frutas em conserva. Outros itens, como azeite de cozinha e farinha de trigo, continuarão com os seus preços estáveis pelo menos até o final do mês que vem.
Brasil, Venezuela, México e outros países subsidiam os preços de combustíveis. Outras nações da região adotaram ou estão estudando mecanismos para proteger os pobres, entre os quais muitos que não têm mais condições de alimentar as suas famílias por causa dos elevados preços mundiais de energia e dos alimentos.
"Não somos contrários aos subsídios, mas eles precisam ter foco e ser efetivos, eficientes e acessíveis", disse a vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e Caribe, Pamela Cox. "Em qualquer economia é muito difícil fazer isso com controles generalizados de preços", afirmou, durante visita ao Canadá.
Cox disse que a inflação dos preços dos alimentos é uma "grande questão" em praticamente todos os países da região e que alguns terão dificuldades com isso.
No geral, o Banco Mundial prevê crescimento econômico de aproximadamente 4,5% para este ano na América Latina. Mas essa expansão pode ser ameaçada no longo prazo se os governos adotarem agora políticas antiinflacionárias erradas, advertiu a dirigente do Bird.
Alguns tipos de subsídios poderiam se tornar muito custosos para os governos e difíceis de serem retirados, mesmo quando a ameaça da inflação se dissipar, e também poderiam absorver recursos de investimentos necessários, como em infra-estrutura, afirmou Cox.
"Se os países estão fazendo agora um balanceamento entre subsídios de curto prazo ao consumo versus o investimento de longo prazo de que precisam, nós ficaremos preocupados com a possibilidade de, no caso de os subsídios permanecerem e absorverem grande fatia do orçamento, terem um impacto de longo prazo sobre o crescimento da região." Ela defendeu mais confiança em programas de governo que transferem renda para os segmentos mais pobres da população, em vez de subsídios de preços.


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