São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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Polícia Federal prende 24 suspeitos em SC e SP na Operação Influenza

Entre os presos, estão os presidentes da Agrenco Group e da Agrenco Brasil

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Em operação desencadeada ontem em Santa Catarina e São Paulo, pela Polícia Federal e a Receita Federal, foram presas 24 pessoas suspeitas de crimes contra o sistema financeiro nacional. Entre os presos, estão altos executivos da Agrenco Group, especializada na comercialização de grãos não modificados geneticamente.
Fundador e presidente da Agrenco Group, o empresário Antonio Iafelice foi preso em São Paulo, assim como o presidente da Agrenco Brasil, Antonio Augusto Pires Júnior. Francisco Carlos Ramos, diretor da Agrenco Group, foi preso em Balneário Camboriú (SC). Em site na internet, a Agrenco se apresenta como a principal exportadora de soja não transgênica para Europa e Ásia.
Eles e o ex-superintendente do porto de Itajaí, Wilson Francisco Rebelo, preso em Itajaí (SC), tiveram suas prisões preventivas decretadas pela juíza federal Ana Cristina Krämer, da Vara Especializada em Lavagem de Dinheiro, de Florianópolis (SC). Rebelo ainda não constituiu advogado para defendê-lo.
No final da tarde de ontem, o grupo Agrenco emitiu nota em que declara que "a empresa só irá se pronunciar após análise detalhada dos autos da investigação". A Agrenco informa ainda que, apesar das prisões, segue com suas operações.
Além das 24 prisões, temporárias e preventivas, foram cumpridos 54 mandados de busca e apreensão em cidades de Santa Catarina e em São Paulo. Foram apreendidos 200 quilos em documentos, computadores, 31 veículos, três armas e dinheiro: R$ 255 mil, US$ 22 mil e 4.000.
Os presos são suspeitos de integrarem um esquema de vendas simuladas, tanto em exportações como em importações de grãos, especialmente soja. Com isso praticavam sonegação fiscal. Existem indícios também da participação do grupo em fraudes nos portos de Itajaí e São Francisco do Sul (SC) e em licitações.
Além de crime contra o sistema financeiro, os presos irão responder por lavagem de dinheiro, crime tributário, corrupção passiva, tráfico de influência, uso de documentos falsos, contrabando, peculato e emprego irregular de verbas públicas.
Entre os presos na operação estão ainda um delegado aposentado da Polícia Federal e o chefe da Receita Federal em Itajaí, Jackson Aluir Corbari -preso no início da tarde em Porto Alegre (RS), não tinha constituído advogado até o início da noite de ontem.
Os papéis da Agrenco caíram 46,8% ontem na Bovespa.


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