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ECONÔMICO
Medo é que leilão fracasse
BC pode liquidar banco sem vender a Copene
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O Banco Central tem na gaveta
um plano B para concluir a liquidação extrajudicial do banco Econômico sem depender da venda
das ações da Esae (o braço petroquímico do Econômico) na Copene.
O BC teme o fracasso ou o adiamento do terceiro leilão da Copene, marcado para a próxima
quarta-feira, com o pedido de liminar da Odebrecht para exercer
seu direito de preferência sobre as
ações a serem leiloadas.
"Chega! Essas liquidações não
podem se eternizar no Banco
Central", desabafou o diretor de
Finanças Públicas do BC, Carlos
Eduardo de Freitas.
O plano B é o seguinte: o BC encerra a liquidação extrajudicial do
Econômico e encaminha para a
Justiça os ativos que não conseguiu vender. Entre eles, a participação do Econômico na Copene.
Freitas diz, no entanto, que antes de tomar essa decisão irá tentar mais uma vez um acordo entre
os dois grupos interessados na
compra das ações da Esae: o Ultra
e a Odebrecht.
Ele tentará esgotar todas as possibilidades para viabilizar o leilão.
Caso não tenha êxito, admite a
possibilidade de desistir do leilão
e transferir para a Justiça a missão
de vender a participação do Econômico na Copene.
Ativos valorizados
A venda das ações da Esae pelo
BC faz parte do processo de liquidação extrajudicial do Econômico. O banco está em processo de
liquidação desde agosto de 1996.
O objetivo do BC é vender os ativos do Econômico para tentar recuperar parte dos recursos que o
Tesouro injetou no ex-banco de
Ângelo Calmon de Sá.
Os ativos de Calmon de Sá no
Econômico se valorizaram muito
nos últimos anos, principalmente
com a alta do dólar, já que o banco tinha, em sua carteira, cerca de
R$ 6 bilhões em títulos da dívida
externa (os C-Bonds).
Com essa valorização do dólar,
os ativos de Calmon de Sá somam
hoje mais de R$ 9 bilhões, contra
o passivo de R$ 12 bilhões. Se a liquidação se estender por muito
tempo, há até o risco de os valores
se equivalerem, e os ativos do
Econômico voltarem para as
mãos de Calmon de Sá.
Freitas nega essa possibilidade.
O diretor do BC afirma, ainda,
que essa possibilidade de acelerar
a liquidação extrajudicial sem esperar mais pela venda de ativos
não será levada em consideração
apenas para o Econômico, mas
também para os outros bancos
em processo de liquidação.
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