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São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2003

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OPINIÃO ECONÔMICA

Petrobras em alta

PAULO BERNARDO

Há números que falam por si. Caso claro e indiscutível da Petrobras: estudos realizados por corretoras que atuam no mercado mobiliário demonstram que o resultado do primeiro semestre de 2003 foi altamente positivo para quem aplicou em ações da estatal. Na Bovespa, as ações da Petrobras tiveram uma valorização de 22% entre 31 de dezembro de 2002 e 14 de julho deste ano. No mesmo período, os ADRs negociados em Nova York se valorizaram em 47%.
Nesse cenário de sucesso, a Petrobras cumpre com determinação e eficiência seu papel de impulsionar o desenvolvimento nacional. No planejamento estratégico para o período 2003-2007, os investimentos programados pela companhia alcançam US$ 34 bilhões, o que permitirá a geração de 141 mil postos de trabalho.
E, pela primeira vez em sua história, há apenas dois meses, a Petrobras entrou para o ranking das marcas mais valiosas do Brasil, de acordo com estudo de consultoria internacional que avalia o resultado proporcionado pela marca aos acionistas da empresa. A estatal brasileira ocupa a sexta posição, com um valor de US$ 286 milhões, em um ranking que inclui todas as empresas brasileiras de capital aberto, entre elas as filiais de multinacionais.
Nada é por acaso. Nem mérito isolado. Mas os fatos se sucedem, como importante simbologia, exatamente nos primeiros seis meses da nova gestão Petrobras, quando a empresa comemora resultados financeiros extraordinários, atendendo ao direito fundamental de seus acionistas, entre os quais 300 mil trabalhadores brasileiros. Além de priorizar uma nova visão de responsabilidade social e de relação com seus empregados.
A Petrobras é a maior empresa do país e uma das maiores do mundo no setor energético. Aos 50 anos, é a máxima demonstração da capacidade empreendedora do povo brasileiro. No contexto mundial, é referência de avanços tecnológicos e da luta de toda a nação para construir sua independência econômica. No plano interno, assumiu, e continuará assumindo, sem prejuízos para a eficiência econômico-financeira da companhia, seu papel de grande propulsora do desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Nessa linha, a Petrobras exigiu um conteúdo nacional mínimo de 60% a 70% na construção de suas plataformas, contribuindo para fortalecer a indústria brasileira, sem engessar sua ação empresarial.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem o compromisso de projetar, cada vez mais, a Petrobras como empresa de ponta, com alta capacidade de incrementar a matriz energética brasileira. E é com esse objetivo que atua a direção da Petrobras, garantindo o sucesso do empreendimento e aumentando sua competitividade, com atenção especial às questões de segurança, ambiente e saúde.
Os resultados do primeiro semestre de 2003, sob o comando do geólogo e ex-senador José Eduardo Dutra, confirmam o sucesso da nova gestão, desmentindo com números consistentes os prognósticos catastrofistas de um grupo claramente movido por interesses pessoais, e não nacionais.
Contrariando o desejo e as afirmações do deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), publicadas neste mesmo espaço há uma semana, a Petrobras, em seis meses, captou, no exterior, recursos da ordem de US$ 2,7 bilhões, mais do que o volume estimado de captações para todo o ano de 2003, que era de US$ 2,5 bilhões. A mais recente operação lançada no mercado internacional, no início de julho, superou todas as expectativas. Foram captados US$ 500 milhões para serem pagos em dez anos, sem nenhuma garantia bancária -demonstração clara da robustez da companhia e da confiança depositada na atual gestão pelos investidores internacionais.
Esses recursos estão sendo investidos com a eficiência característica da empresa para que o Brasil atinja, em 2006, a sonhada auto-suficiência na produção de petróleo. Sete novas descobertas foram registradas até a primeira quinzena de julho, com perspectivas de ampliação em 20% das reservas nacionais e ampliando-as em cerca de 2 bilhões de barris de óleo equivalente. As reservas, em dezembro de 2002, eram de 11 bilhões de barris.
Na bacia de Santos foi confirmada a maior descoberta de gás natural já ocorrida na plataforma continental brasileira, com reservas da ordem de 70 bilhões de m3, aumentando em 30% as reservas provadas brasileiras de gás natural. No Espírito Santo foi descoberta nova província petrolífera, onde, sem computar a nova reserva, já se estima a existência de aproximadamente 2,1 bilhões de barris de óleo.
A consolidação da compra da petroleira argentina Perez Companc possibilitou à estatal brasileira entrar para o seleto grupo das companhias de petróleo de capital aberto que produzem mais de 2 milhões de barris de petróleo por dia.
O descontentamento de Aleluia, depois de perder influência política sobre a regional baiana da Petrobras, era esperado. Mas é no mínimo irresponsável semear o pânico onde só há razões para otimismo e comemoração. Sobretudo porque as razões que o movem são de ordem política, e não de competência.


Paulo Bernardo é deputado federal (PT-PR).

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