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MONTADORAS
Empresa será criada para recolocar os trabalhadores em outras indústrias; projeto foi apresentado ao governo
Volkswagen pode cortar 3.900 empregados
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Volkswagen informou ontem
que, devido à estagnação das vendas internas de veículos, está com
o excedente de 3.933 empregados.
Atualmente, 24,8 mil funcionários trabalham nas cinco unidades da companhia no país. Para
evitar cortes diretos, a montadora
anuncia hoje a criação da empresa Autovisão Brasil, que ficará responsável pela recolocação daqueles metalúrgicos.
A Autovisão tentará encontrar
vagas para os 3.933 trabalhadores
em indústrias de autopeças, concessionárias e outras empresas
que prestam serviços para a
Volkswagen. Fará também prospecção de novos negócios que
empreguem os metalúrgicos excedentes da montadora.
A nova empresa será criada no
momento em que a indústria automobilística brasileira enfrenta
uma de suas piores crises. A Folha
apurou que só a Volkswagen está
com ociosidade de 35% na sua capacidade de produzir 3.000 veículos por dia.
Segundo a Anfavea (associação
das montadoras), o número de
veículos licenciados no Brasil em
maio somou 101,6 mil -queda de
10,3% em relação a maio de 2002.
Em comparação a abril, houve retração de 1,2%.
Várias montadoras se preparam para fazer cortes devido à estagnação da economia. A General
Motors afirma que precisa dispensar 600 funcionários na unidade de São José dos Campos, no
interior de São Paulo. A empresa
abriu um programa de demissões
voluntárias no final de junho, mas
apenas 70 metalúrgicos aderiram.
Segundo a Volkswagen, sua nova empresa de recolocação de
pessoal foi inspirada na Autovision AG, criada em 1997 na cidade
de Wolfsburg, onde fica a sede do
conglomerado, na Alemanha.
Desde então, cerca de 15 mil trabalhadores da Volkswagen alemã
e mesmo de outras empresas que
não pertencem ao grupo automobilístico foram recolocados pela
Autovision AG.
Governo
O projeto da Autovisão Brasil
foi apresentado na sexta-feira ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Representantes da Volkswagen,
como Peter Hartz, responsáveis
pelos negócios do grupo na América do Sul e na África, e Paul Fleming, presidente da empresa no
Brasil, participaram do encontro,
em Brasília.
Para Hartz, a Autovisão deve recolocar a grande maioria do excedente de funcionários da Volkswagen em novos empregos.
As montadoras têm anunciado
a necessidade de cortar pessoal
justamente no momento em que
negociam com o governo um plano para estimular a renovação da
frota de veículos no país. O objetivo é aumentar as vendas internas.
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