São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2005

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MERCADO ABERTO

ABN Amro mantém aposta no Brasil

O ABN Amro mantém sua aposta no Brasil e acaba de decidir reinvestir mais R$ 1 bilhão neste ano para reforçar suas operações no país. A afirmação é de Fábio Barbosa, presidente do ABN Amro do Brasil, ao comentar a notícia de que um dos fundos do banco no exterior para países emergentes havia decidido vender todos os títulos da dívida brasileira.
Na terça, Raphael Kassin, do ABN Amro Bank NV, anunciou que tinha zerado sua posição em relação aos títulos soberanos brasileiros. Ele alegou temor de que as denúncias de corrupção no governo Lula gerassem desaceleração do crescimento do país.
Segundo Barbosa, o fundo de Kassin não reflete a posição do ABN Amro no Brasil nem da sede, em Amsterdã. Ele explicou que esse fundo funciona de forma independente. "Como esse fundo, existem milhares no banco que cuidam do dinheiro de terceiros." Há, segundo ele, uma "muralha da China" separando a área de fundos que investem o dinheiro de terceiros da política de investimentos do banco.
Barbosa diz que o banco mantém firme a aposta de reforçar os investimentos no Brasil, tanto que acaba de decidir reinvestir o dinheiro que obteve com a venda recente da Real Seguros para a seguradora japonesa Tóquio Marine. A seguradora foi vendida por R$ 1 bilhão. O dinheiro entrou na semana passada na conta do ABN Amro. O banco vai investir principalmente na área de varejo, que é a que tem registrado maior crescimento. A idéia é a de aumentar a rede de agências.
Barbosa afirma que a decisão de continuar a acreditar no Brasil se deve ao fato de todos os sinais na economia continuarem bastante positivos. Segundo o executivo, a inflação está em queda, a demanda por empréstimos continua forte e a desaceleração na economia não foi tão grande. O banco prevê um crescimento de 3,3% do PIB neste ano.
"A perspectiva é a de os juros começarem a cair em breve", afirma. "A crise política não contagiou a economia. O país tem mostrado muita maturidade."

ESCOVA POPULAR
A Oral-B, marca de produtos de higiene bucal da Gillette, aposta no segmento de escovas dentais de baixo preço para crescer no Brasil. A empresa, que só em 2004 estreou no chamado segmento de entrada, quer ampliar sua presença no ramo. Segundo Pedro Janowitzer, gerente da marca no Brasil, o setor é o que apresenta as maiores taxas de crescimento no país. "O mercado de escovas é bastante maduro, mas ainda há espaço para crescer porque o brasileiro troca as escovas com pouca freqüência." Mesmo com uma mudança nos últimos anos, Janowitzer diz que o Brasil ainda está distante dos países desenvolvidos no consumo de escovas. Nos EUA, a média passa de duas unidades por habitante/ano. No Brasil, não chega à metade.

A LISTA DO AVIÃO
O Banco Rural encaminhou ontem ao DAC, a pedido da CPI dos Correios, a lista dos passageiros que voaram nos jatos da instituição nos últimos dois anos e meio. O nome do publicitário Marcos Valério de Souza aparece uma única vez, mas o Banco Rural já informou à CPI que ele voou outras vezes. O DAC não exige o registro dos nomes dos passageiros, e sim apenas a informação do número de pessoas no vôo. Por isso, na lista, muitas vezes só aparece o número de passageiros, e não os nomes.

NO COLCHÃO
A fabricante de colchões Probel inaugura hoje uma nova fábrica em Goiás. A empresa investiu cerca de R$ 6 milhões no projeto. O objetivo, segundo o presidente da Probel, José Vasquez, é atender aos mercados regionais com fábricas locais.

LUCRO NO LANCHE
O McDonald's teve no primeiro semestre um aumento de 15% no lucro no Brasil ante o mesmo período do ano passado. Mundialmente, a alta foi de 7,1%.

APOSTA NA COR
De volta ao Brasil há menos de um ano, a japonesa Sharp anuncia hoje uma nova estratégia no mercado de multifuncionais (que funcionam como copiadora, impressora e scanner). Ela oferecerá aos clientes equipamentos que ofereçam impressões coloridas a custos próximos aos das impressões em P&B.

APOIO ÍNTIMO
A Rhodia será a patrocinadora do Salão Lingerie Brasil 2005, de 7 a 9 de agosto, em São Paulo.

EFEITO FISCALIZAÇÃO
A arrecadação de ICMS de supermercados subiu 16%, e a de lojas de departamento, 33%, nos 12 meses acumulados até abril ante o período imediatamente anterior, segundo a Secretaria da Fazenda do Estado de SP.

DIREITO DO INVESTIDOR
A Anbid (associação dos bancos de investimento) realiza em 17 de agosto o seminário "Direito do Mercado de Capitais", em SP. Os temas serão derivativos e direito dos minoritários.

MERCADO CONSCIENTE
Os executivos brasileiros estão cada vez mais conscientes em relação à situação no concorrido mercado de trabalho. Essa é uma das conclusões de pesquisa recém-concluída pela Lens & Minarelli sobre as práticas de demissão nas principais empresas do país. Dos 200 executivos demitidos em 2004 e ouvidos, cuja média de idade era de 44,7 anos e índice de 91,1% com curso superior e de 69% com MBA ou pós-graduação, quase a metade (47,3%) tinha algum plano para o caso de perder o emprego. Também sinal dessa conscientização, 46,5% esperavam ser demitidos. Outro aumento foi o de executivos que disseram ter se sentido aliviados com a demissão, de 34% para 44,5%. Para Mariá Giuliese, diretora-executiva da consultoria, as razões passam pelas angústias geradas por condições e contradições do ambiente de trabalho.


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