São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2005

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CONTA VIGIADA

Intuito é reaver recurso

Caribe dará informação sobre o Banco Santos

DA REUTERS

A investigação das fraudes cometidas no Banco Santos ganhou dimensões internacionais. Autoridades regulatórias brasileiras e do Caribe concordaram neste mês em trocar informações para acelerar a recuperação de fundos desviados de credores.
Ao fazê-lo, os investigadores esperam deslindar um plano que envolvia movimento de dinheiro por quatro países, entre os quais os EUA, de acordo com o advogado de um dos credores e com documentos obtidos pela Reuters.
Os credores perderam cerca de US$ 1 bilhão investido em bancos controlados por Edemar Cid Ferreira, ex-dono do Banco Santos, ou ligados a ele. O Banco Central informou que cerca de US$ 230 milhões foram perdidos no Brasil, enquanto um total de US$ 700 milhões representa as perdas combinadas de dois bancos sediados em paraísos fiscais, de acordo com o processo de liquidação do grupo.
Ainda que bancos brasileiros de maior porte tenham falido no passado, há quem diga que o caso do Santos é especialmente alarmante porque destaca o desafio que a luta contra a lavagem de dinheiro representa no país.
"É a mais descarada fraude bancária da história brasileira", disse Barry M. Wolfe, advogado que representa no Brasil um credor internacional do banco e o governo de Antígua.
A Polícia Federal acusou Edemar de crimes financeiros e lavagem de dinheiro e apreendeu centenas de peças de arte em sua casa. No início do mês, a Justiça abriu processo contra o banqueiro após pedido do Ministério Público.
Agora, o suposto papel do ex-banqueiro no estabelecimento de "holdings" e bancos no Caribe começa a atrair mais atenção. Autoridades regulatórias brasileiras e de Antígua se reuniram para trocar informações neste mês e estão coordenando suas ações com as das Ilhas Virgens Britânicas.
Edemar Cid Ferreira, por meio de seus advogados, já negou que tenha cometido irregularidades na condução dos negócios do Banco Santos.


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