São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2008

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Copom deve elevar juros novamente nesta semana

Expectativa predominante é que taxa suba 0,5 ponto

DA REPORTAGEM LOCAL

A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que ocorrerá entre amanhã e quarta, é o evento mais esperado por analistas e investidores brasileiros nesta semana.
Apesar de a expectativa predominante ser a de elevação de 0,50 ponto percentual na taxa básica Selic, que está em 12,25% anuais, o mercado aguarda com interesse qualquer sinalização do Copom em relação ao futuro dos juros.
Segundo a última pesquisa realizada pelo Banco Central com cem instituições financeiras, a expectativa é que a Selic -que serve de parâmetro para outras taxas praticadas no mercado- alcance os 14,25% no fim de 2008.
Na agenda norte-americana, a quarta-feira também será relevante por conter a divulgação do livro bege -compilação de dados econômicos realizada pelo banco central do país. A evolução da economia americana, ameaçada por pressões inflacionárias e crescimento fraco, está no centro das preocupações do mercado.
"Por conta da desaceleração da inflação na margem e do comportamento recente das commodities, alteramos nossa expectativa quanto ao Copom. Acreditamos que o BC irá manter em 0,50 ponto o aumento da Selic, e não mais 0,75 ponto, como prevíamos anteriormente", afirma Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Corretora.
Para a Bolsa de Valores de São Paulo, se a alta da Selic for mesmo de 0,50 ponto, não deve haver muita agitação. Mas uma eventual elevação mais forte da taxa tende a afetar o humor do mercado acionário. Juros elevados acabam por espantar o investidor da Bolsa, por ficar mais tentado a buscar aplicações que rendem juros.
A quarta-feira terá ainda um outro evento relevante, que é a apresentação dos estoques de petróleo norte-americanos. O petróleo está no centro das atenções do mercado, devido a seu potencial efeito inflacionário. O barril do produto, que recentemente bateu em US$ 145, encerrou na sexta-feira passada negociado a US$ 128,88 em Nova York.
"O grande destaque na semana ficará por conta da decisão do Copom na quarta-feira. Esperamos que o Banco Central mantenha o ritmo de alta na taxa Selic em 0,50 ponto, elevando a taxa para 12,75%, mas mantendo a sinalização de que o ciclo de aperto monetário pode ser mais longo, em razão da piora no cenário prospectivo para a inflação", afirma o economista Elson Teles, da corretora Concórdia.
"Por outro lado, não se pode descartar a opção de aceleração do ritmo de alta para 0,75 ponto, caso o Copom se sinta muito incomodado com a piora recente das expectativas de inflação e julgue necessário implementar, desde já, um reforço na credibilidade", completa.

Mais dados
Nos Estados Unidos, outros dados econômicos serão apresentados na semana. Hoje, vão ser conhecidos os indicadores antecedentes, que sugerem a direção da economia nos meses seguintes.
Já amanhã sai o índice do setor manufatureiro do Fed de Richmond.
Na quarta-feira, será conhecido o levantamento mais recente da MBA (associação das instituições de crédito imobiliário dos Estados Unidos) sobre as solicitações de empréstimos hipotecários.
No dia seguinte, é a vez de o resultado das vendas de imóveis usados nos Estados Unidos ser apresentado. Além desses indicadores, o mercado vai se deparar com as encomendas de bens duráveis e o índice de confiança do consumidor.


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