São Paulo, sábado, 21 de agosto de 2004

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Ministro já fala em novo pacote à microempresa

JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, afirmou ontem que irá anunciar em breve um conjunto de medidas de "desburocratização" e de estímulo à formalização de microempresas. As declarações ocorreram em palestra na Academia Brasileira de Ciências Contábeis, em São Paulo.
Segundo Palocci, o empreendedor informal tem receio de aumentar o seu negócio e ficar visível para o fisco. O ministro disse que 64% das empresas informais faturam entre R$ 1.000 e R$ 2.000 por mês.
"Essas empresas não conseguem emitir nota fiscal, contratar funcionários adequadamente e, no médio prazo, elas acabam perdendo recursos."
O ministro declarou ainda defender a isenção dos tributos federais para empresas que tenham faturamento de até R$ 36 mil por ano.
O governo pode estender essa isenção à esfera estadual. "Mesmo que os Estados não estejam dispostos a abrir mão da tributação integral, eles darão um tratamento especial a essa questão", afirmou.
O objetivo é que as microempresas só tenham obrigações com a Previdência e os municípios. O projeto de unificação de tributos já foi apelidado de "Simples do Simples" -em referência ao atual sistema simplificado de tributação.
No pacote de "desburocratização", ele ressaltou o compartilhamento de cadastros e a digitação de documentos.
Segundo o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, também presente ao evento, até setembro será realizada a unificação do cadastro para pessoa jurídica. "A medida vai agilizar o fornecimento de CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas)", disse.

ICMS
Palocci defendeu também a unificação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Mesmo sem definir um prazo, afirmou que já começou a dialogar com governadores e que eles têm demonstrado empenho para que a medida seja votada no Congresso ainda neste ano.
A unificação do ICMS é um dos principais pontos da reforma tributária. Segundo Palocci, a Fazenda já está elaborando a legislação que será apresentada para regulamentar a unificação. Como o ICMS é um imposto estadual, o ministro afirmou que o governo não vai realizar a mudança sem a participação de todos os governadores. A medida atinge principalmente as empresas que operam em vários Estados.


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