ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Carrefour vai atuar como um banco múltiplo. Jean Marc Pueyo diretor-superintendente da rede, a segunda maior de supermercados do país, disse ontem que conseguiu a autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para operar nesse segmento. Postos bancários serão abertos em suas lojas a partir de janeiro de 2005 para oferecer linhas de empréstimo pessoal, crédito direto ao consumidor, seguros, entre outros.
No último dia 27, a rede concorrente Pão de Açúcar anunciou a criação de uma financeira em parceria com o banco Itaú.
A rede francesa pretende inaugurar a operação de forma conjunta em 86 lojas que já tem um stand de venda de cartões Carrefour. Será a maior operação do ramo, pois irá explorar um mercado de 4,2 milhões de clientes do cartão da rede. No Pão de Açúcar, são 4 milhões de clientes como alvo da ação com o Itaú.
"Funcionaremos a princípio como uma financeira. Não seremos banco de varejo", disse Pueyo.
Em novembro o Banco Central deu o sinal verde para a operação, mas como o Carrefour é uma empresa estrangeira. foi necessário o aval do presidente.
O dinheiro para a atividade virá da CAC , a Carrefour Administradora de Cartões, em que a Cetelem, umas das maiores financeiras da Europa, tem 40% de participação. A CAC fatura ao ano R$ 3,1 bilhões.
Ainda ontem o Carrefour informou que tem interesse na compra nas redes Sé, caso o concorrente Pão de Açúcar seja obrigado a vendê-las.
Na quarta-feira, a Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) emitiu um parecer favorável a aquisição do Sé pelo Pão de Açúcar desde que certas lojas sejam vendidas. Isso porque a compra do pacote completo -61 pontos de venda- poderia ser prejudicial à concorrência.
A questão será decidida pelo Cade, órgão regulador do governo."Estamos abertos. Temos interesse sim", disse o diretor.
Ele anunciou um plano de investimento da rede no país no valor de R$ 600 milhões em 2005. Foram R$ 450 milhões em 2004.


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