MARCELO PINHO
DA REDAÇÃO

Uma das mais disputadas eleições da história da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) parou na polícia. O candidato da situação, Cláudio Vaz, e seu vice, Nildo Masini, apresentaram ontem uma petição à Delegacia de Delitos Praticados por Meios Eletrônicos para averiguar a acusação de que teriam sido caluniados por um membro da chapa da oposição, liderada pelo empresário Paulo Skaf.
O advogado de Vaz, Rubem Cavalheiro, acusa o empresário Laodse de Abreu, membro da chapa da oposição, de ter divulgado uma mensagem pela internet afirmando "ter provas irrefutáveis da participação na referida lavagem [operação Farol da Colina, que prendeu doleiros ligados à CPI do Banestado] de diversos membros da chapa de Vaz.
Na mensagem, supostamente atribuída a Abreu, o empresário, que comanda o Sindicato da Indústria de Azeite e Óleos, acusa Vaz, Nildo Masini (vice na chapa de Vaz), Ângelo Albiero (diretor da Fiesp), Francisco Ramalho (da chapa de Skaf) e Carlos Roberto Liboni (vice-presidente da Fiesp) de envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro.
No e-mail ao qual a Folha teve acesso, Abreu classifica o grupo como integrante da "quadrilha da Fiesp/Ciesp" (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
Segundo a petição entregue à polícia, o e-mail foi enviado para diversas lideranças empresariais, como o próprio Skaf e o atual presidente da Fiesp, Horacio Lafer Piva, que apóia Vaz.
Piva, segundo a mensagem, retrucou a acusação e chegou a duvidar de sua autoria: "Laodse, aqui quem fala é o Horacio, que você conhece há 40 anos. Que diabo de texto é esse? [...] É você ou um "hacker'?"
Laodse, no e-mail atribuído a ele, confirma ser o autor e desafia Piva a enfrentá-lo "num auditório com 125 sindicatos".
A eleição para a Fiesp será na quarta-feira. Paulo Skaf e Cláudio Vaz são os dois únicos candidatos que concorrem ao cargo.


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